29 de dez. de 2010

Escolhas

Se eu apenas tivesse uma escolha, escolheria jamais olhar para o seu rosto novamente. Se eu tivesse apenas uma escolha, escolheria jamais ter atirado-se em seus braços e afogado-me em seu mar. Se eu tivesse apenas mais uma chance, eu escolheria jamais ter te conhecido. Se eu tivesse apenas uma chance, eu escolheria jamais ter gastado palavras para exprimir quão desesperante é ficar longe de você. Se eu tivesse apenas mais uma chance, eu escolheria jamais ter olhado para seus intensos olhos. Se eu tivesse apenas mais uma chance, escolheria não me afogar em mentiras. Se eu tivesse apenas mais uma chance, escolheria jamais ter que conviver contigo novamente. Se eu tivesse apenas mais uma escolha, escolheria conseguir esquecer que você existe. Se eu tivesse apenas mais uma escolha, escolheria apagar a sua imagem da minha mente. Se eu tivesse apenas mais uma escolha, escolheria não me importar mais. E se eu tivesse apenas mais uma chance...?

Suposições

Suponha que eu senti sua falta, suponha que eu me importei, e suponha que eu tenha passado todas as minhas noites pensando em você. Suponha que eu nunca estive lá. E os meus olhos estão gritando por uma visão sua. E hoje à noite eu vou sonhar com tudo o que passamos. E eu não consigo me segurar em você, então acho que vou me sentir só também. Suponha que nós éramos felizes, suponha que era verdade, e suponha que havia noites frias, mas que de algum modo conseguíamos superá-las. E suponha que eu sou nada sem você. Vá com calma, essa distância está acabando comigo. Me conte um segredo, me conte uma história, eu ouvirei atentamente, eu vou ficar acordado a noite toda, eu quero saber tudo sobre você. Por favor, me ajude a fazer dar certo. Suponha que eu estivesse errado, suponha que você estivesse aqui, e suponha que eu tenha te alcançado e evitado suas lágrimas...

Decepção

Como foi que nós chegamos à esse ponto? Nunca precisei de nada disso, quando tinha você ao meu lado.  Não precisava de nada e nem ninguém, quando podia contar contigo. Passávamos tardes observando o céus, viajando pelos mundos inexistentes que nos cercavam. Nada importava, contanto que estivéssemos juntos. A cada dia que passava, sentíamos essa imensa dependência. 'Não sei o que eu seria sem você.' Eu preciso de você agora, assim como precisei antes. Mas seus olhos não estão na mesma direção que os meus, e não estamos mais alinhados. Nossos momentos foram manchados com uma tinta indelével. Inveja. Ciúmes. Era involuntário surgir um belo sorriso em meu rosto quando eu lembrava de tudo o que havíamos passado e superado juntos. Dor. Eu sentia tantas saudades de você. Achei que era impossível se importar tanto com alguém que já havia esquecido dos anos em que passou tendo tudo de você. A chuva caía, e nada mais importava. Só queria ter você em meus braços novamente.

- E de pensar que aquela seria a última vez em que aquela garota abraçaria aquele garoto. Os dois não existem mais.


Taça cheia

O que há de errado comigo? Eu não era assim. Eu não costumava me apegar tanto à meros seres humanos que nem ao menos merecem o meu respeito. E eu amo. Amo tanto que jamais achei que sentiria isso. E eu sofro. Sofro tanto que jamais achei que sentiria isso. O que fazer? Encontro-me algemada à lembranças e momentos que parecem ser impossíveis de serem esquecidas. Nossos corações batiam em sintonia. Nossos corações batiam. Aceleração. E percorrer o mesmo caminho... E cometer o mesmo erro... E suicidar-se da mesma forma... 

- Estou transbordando.

Cortantes

Eu fiz muita coisa, eu comecei a me afastar. Sei que não sou a melhor para você, mas prometa que vai ficar. Porque se eu vir você partir, vai me ver perdendo o meu tempo. Porque hoje você saiu da minha vida. Porque hoje suas palavras cortam como se fossem facas. E não importa onde eu vá, é sempre a mesma coisa. Essas ruas são cheias de recordações boas para encontrar a dor. Tudo que eu quero fazer é amar você, mas eu sou a única  culpada. Mas o que eu sei é que se você estiver partindo, acabará com a dor. Essas cicatrizes permanecerão para sempre, essas cicatrizes permanecerão para sempre. E essas palavras não têm qualquer significado se não encontrarmos o sentimento que nós dois sentimos. Se esforce ao máximo para lembrar. Fique comigo, ou me veja sofrer. Eu preciso de você apenas para respirar.

21 de dez. de 2010

Enterrado vivo

De repente todas as luzes se apagam. É impossível enxergar. É difícil se acostumar com a escuridão, mas uma hora isso acontece. A dor é tão intensa e inconstante... Gostaria de acabar com isso. Sempre tive essa vontade de voltar ao tempo, ou avançá-lo. Consertar erros do passado ou simplesmente impedir que eles acontecessem. Raiva, sinto raiva. - Estou tentando consertar os meus erros... Por favor, diga-me o que foi que eu fiz! Na escuridão, todos passam a ser cegos. E, com a ausência de luz, não existe cor. Posso ouvir, sentir, respirar, mas não existe algo que me faça querer fazer isso. Auto-destruição. - Quero que você me bata o mais forte que você conseguir! Não há esperanças, não há porque lutar. - E o que me mata é saber que você está bem melhor desde que deixei de existir. Meu corpo implora por um descanso. Meus olhos pesados e exaustos não querem mais abrir. Penso no tanto que eu poderia falar, mas minha boca permanece em silêncio. Meus ouvidos cansaram de ouvir e esquecer. Minhas mãos procuram a cova em que irei me atirar.

20 de dez. de 2010

Hey moon

Há semanas eu vinha esperando te encontrar. Às vezes eu te avistava, distante, mas brilhante como sempre.  Às vezes eu não dava a devida importância para você. Você brilhava no meu céu, mas eu pouco a via. Então, certo dia enquanto eu percorria aquele mesmo rotineiro caminho de volta para casa, senti que algo me observava. Existia algo no céu, que iluminava intensamente. Algo que me encantava de forma única. Eu sabia que poderia confiar em ti, sabia que mesmo nas noites em que você estava ausente, eu inundava teus pensamentos e sua mente. Sabia que quando eu te observava e tentava desvendar os teus segredos, era recíproco. Enquanto eu caminhava, sentia o vento fresco da noite atravessando cada pedaço do meu ser. Não importava para onde eu fosse, você sempre me acompanharia, sempre estava lá, presente. Me vigiava todas as noites. Eu era apaixonada por luzes. Todas as luzes coloridas me encantam. Mas a tua... a tua me hipnotiza. Agora dormirei, acompanhada pela tua luz infinita que ilumina o meu quarto imerso na escuridão. E jamais terei medo novamente. Adeus, eterna companheira.

18 de dez. de 2010

Wake up

O cenário era familiar, aquela mesma sala de cinema. O beijo era familiar, aquele mesmo gosto irresistível. A sensação era familiar, a partir daquele dia, eu jamais queria separar-me de ti novamente. Estava claro que eu me perderia nas ondulações e cachos de seus lindos cabelos loiros. "Tudo o que te disseram sobre mim é mentira." Acreditei. Atirei-me em um mar de sonhos, afoguei-me em ilusões..

- Era apenas um sonho.

6 de dez. de 2010

Três

Corrompida pelo ódio. Impregnada por palavras alheias ditas na tentativa de consertar o que não possui conserto. Elas me feriram profundamente. Marcaram-me com timbres e sons indeléveis. E não sei se eu sobreviveria ao olhar para seus olhos envenenados, olhos de Basilisco. E nem mesmo ouvi as sílabas sendo ditas pelos seus lábios ensanguentados por mentiras e falsos sorrisos, falsas promessas. Li palavras escritas por teus dedos imortais, gélidos como uma vida sem um Sol para aquecê-la. Dedos rígidos, insensíveis. Vivo somente na tentativa de compreender o impulsivo, o sem sentido, sem razão, o insolucionável. Vivo na tentativa de apagar o indelével, escutar o não proferido, voltar ao tempo.  E se fosse possível? Apagaria eu todas as noites agonizantes em que secretamente gravei seu nome em minha mente? Aproveitaria eu os únicos instantes em que me permiti sentir a completude e felicidade me inundando? A falsa idéia de "felicidade" cegou-me e não queria devolver-me o dom da visão. Condeno-me por erros que jamais imaginei cometer, afogo-me num mar de culpa e estupidez que vai arrancando lentamente o restante de vida que faz de mim um medo ser mortal, que morre por ninguém, para ninguém, e com ninguém. Respiro um ar poluído, enxergo apenas o vazio, escuto ruídos e gritos de desespero. Minhas mãos tateiam por algum contato qualquer, desde que este seja humano e possa fornecer o calor que fora apagado de meu ser; desde que este saiba amar recíproca e ilimitadamente; desde que este consiga devolver-me o otimismo e o prazer em viver que há tanto tempo vem sido perdido.

5 de dez. de 2010

Fighting

Eu disse que seguiria em frente e deixaria isso pra trás, mas antes de eu sair tem algo que eu preciso que você saiba... Eu me perdi num piscar de olhos, e eu nunca consegui voltar, não, eu nunca voltei. Você não estava lá quando eu quis dizer que você estava completamente certo e não era você quem precisava mudar, agora eu tenho que continuar sozinho, mas eu nunca vou desistir, não, eu nunca vou desistir. Pelo que eu estou lutando? Deve haver algo mais. Por todas essas palavras que eu canto, você sente alguma coisa? Eu disse que estou bem, mas eu sei mentir. Você era tudo o que eu tinha. Eu me perdi no fundo da minha mente, e eu nunca consegui voltar, não, eu nunca voltei. Você não estava lá quando eu precisei dizer... Cheguei ao fundo tão rápido que minha cabeça ficou girando por dias..

2 de dez. de 2010

Idéia

Tive essa idéia. No início não passava disso, uma simples intuição. A idéia passou a fazer cada vez mais sentido. Passou a tornar-se permanente. A idéia que havia sido implantada em minha mente estava tomando conta de meus pensamentos. A idéia parecia ser surgido inexplicavelmente, mas parecia ter vida própria. Quando me dei conta, eu havia sido possuído por aquela idéia. Eu e ela passamos a ser uma coisa só. Éramos dependentes, já não conseguíamos viver separadamente. Tive essa idéia... Ela tornou-se parte de mim. Tive essa idéia... Ela afastou-me de ti.

28 de nov. de 2010

Sob a terra

Ela andava pela rua. Implorava para que algum motorista perdesse o controle do volante e "acidentalmente" a atropelasse. Implorava para que começasse um temporal e ela você atingida por um raio. Implorava para que um avião caísse justamente em cima dela. Implorava para que um desastre natural tirasse dela aquela penosa vida. 
Afinal, viver com qual propósito? Com o propósito de sofrer? Não, sofrer não é viver. Mas se só há sofrimento, então para que viver?
Ela estava cansada da impermanência e inconstância alheia. Buscava algo visivelmente impossível de ser encontrado: algo sólido, permanente, imutável, seguro.

23 de nov. de 2010

Shadows and Regrets

But before you walk out there is something that I need you to know,
I got lost in a blink of an eye,
And I can never get back, no I've never got back,
You were not there when I wanted to say,
That you were everything that right and it wasn't you but me to change,
Now I got to go it alone.

21 de nov. de 2010

Indecisão

Já não sei o que faço:
Se exponho ou disfarço;
Se me lembro ou esqueço;
Se avanço ou me despeço...


Já não sei o que faço:
Se abraço ou beijo;
Se desisto ou bocejo;
Se sou cristal ou aço...


Já não sei o que faço:
Se te amo ou detesto;
Se aceito ou protesto;
Se vôo ou me calço...


De mim não sei mais nada;
Se sou fogo ou se sou fada...
De mim eu já sei tudo;
Sou a arma e o escudo...

17 de nov. de 2010

Tropeço

Atiro-me em teus braços,
Estou presa em mil laços,
Nesse eterno descompasso
Onde perdi o meu ar...


Vivo dum amor escasso
Só, perdida no espaço
E presa num embaraço
Encontro-me em teu olhar...


Ando com meus pés descalços,
Tropeço em mil e um cacos,
Quase a desmoronar...


Quero só os teus abraços,
Vivo seguindo teus passos,
E me afogo em teu mar...

12 de nov. de 2010

Desejos Vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!


Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até a morte!


Mas o Mar também chora de tristeza ...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!


E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras ... essas ... pisa-as toda a gente! ...


- Florbela Espanca

10 de nov. de 2010

Don't go away

Manhã fria e coberta de geada, não há muito para dizer sobre as coisas presas na minha mente. Conforme o dia ia amanhecendo, meu avião partia com todas as coisas presas na minha mente. E eu não quero estar lá quando você estiver... caindo. E eu não quero esta lá quando você atingir o chão. Então não vá embora, diga o que disser, mas diga que você ficará para sempre e mais um dia... durante o tempo de minha vida.  Pois eu preciso de mais tempo, sim, eu preciso de mais tempo, simplesmente para acertar as coisas. Dane-se minha situação, e os jogos que eu tenho de jogar, com todas as coisas presas a minha mente. Dane-se a minha educação, eu não consigo achar as palavras certas sobre as coisas presas na minha mente. Eu e você, o que está acontecendo? Tudo que parecemos saber é como mostrar os sentimentos que estão errados. Sim, eu preciso de mais tempo, simplesmente para acertar as coisas. Então não vá embora.

Finale

Before I fall too fast, kiss me quick, but make it last. So I can see how badly this will hurt me when you say good bye. Keep it sweet, keep it slow. Let the future pass and don't let go. But tonight I could fall to soon, under this beautiful moonlight. But you're so hypnotising, you've got me laughing while I sing, you've got me smiling in my sleep. And I can see this unravelling, your love is where I'm falling, but please don't catch me... I'm terrified of what you do, my stomach screams just when I look at you. Run far away, so I can breath. Even though you're far from suffocating me. I can't set my hopes too high, 'cause every hello ends with a goodbye. But here I go, it's what I feel, and for the first time in my life I know it's real. If this is love please don't break me, I'm giving up so just catch me. 


- My dearest friend, if you don’t mind, I’d like to join you by your side, where we can gaze into the stars and sit together, now and forever, for it is plain as anyone can see. Were simply meant to be.

9 de nov. de 2010

Lucidez labiríntica

Vejo o meu passado. Eu o reconheço. Vejo por tudo o que já passei, as tantas pessoas que eu já fui. Os tantos erros que cometi. Os tantos erros que deixei que cometessem. Tantas coisas que permiti... Mas que hoje não são iguais. Reconheço quem eu fui, e quem sou agora. Você está passando pelo que passei? Respiro com a finalidade de sobreviver. Vivo, respiro, e escrevo. Então, se sentes o que senti, sabes que já não me encontro perdida nesta realidade. Palavras de desespero estampadas em sua face. Eu jamais deixaria isso transparecer tão claramente para o inimigo. E com esse intenso acúmulo de energia, precisou desabar em alguém. Na tentativa de sentir-se menos afundada nas mágoas de suas lembranças inexistentes, invadiu os arquivos intocáveis e, numa falha tentativa, quis compreender o incompreensível.  Quis reabrir um passado cicatrizado.  Estou sentada, segura, sozinha, porém, jamais desprotegida. Observo o passado labiríntico que já solucionei e continuo com a minha vida. O passado não é mais recente ou presente. E você, presa no equívoco de deixar suas memórias tornarem-se a sua realidade. Já estive lá, e alimentando-me de arrependimentos e situações irreais, vivi durante meses intermináveis. Não, não é fácil se desprender da areia movediça. Mas é sempre bom quando conseguimos.

- Maybe you should try it.

7 de nov. de 2010

Dream? Nightmare?

Talvez eu estivesse à procura de algo mais sólido, permanente. Mas eu percebia que a qualquer minuto, tudo poderia terminar, assim como ocorreu das últimas vezes. Isso me desanimava constantemente. Eu precisava de uma prova. Algo que pudesse provar que aqueles momentos foram reais, e que o sentimos naqueles momentos ainda está vivo, ainda existia dentro de nós. Talvez meus sonhos me mostrem a verdade que não estou disposta a ver. Afinal, qual é a verdade? Não sei se acredito em suas palavras ou na minha intuição. Só queria estar contigo todos os minutos de meus dias rotineiros. Você faz tudo girar. Eu queria pelo menos poder aproveitar os últimos instantes com você. E fazer tudo o que já quis. Não ter medo de ser eu mesma... E conseguir ter o mesmo de você. 

I've got a tight grip on reality, but I can't let go of what's front of me here. I know you're leaving in the morning, when you wake up, leave me with some kind of proof it's not a dream.

4 de nov. de 2010

Bare

But there are long long nights when I lay awake
And I think of what I’ve done
Of how I’ve thrown my sweetest dreams away
And what I’ve really become
And however hard I try
I will always feel regret
However hard I try
I will never forget
- I will never forget

Burn

Ela estava vendada. E não permitia a si mesma que pudesse ver o que acontecia à sua volta. Não queria pensar que, por causa da espera, tudo poderia ser perdido. Estava tudo em mãos alheias. A direção do seu futuro dependia dessas pessoas, ou talvez de uma em especial. O que ela mais detestava? Esperar. O desespero quebrava suas paredes blindadas, mas elas não resistiam... Suas unhas já quase não existiam mais. Culpe a impaciência. Seus olhos... Estavam tão abertos que nada conseguia escapar de suas ligeiras observações e críticas. Culpe a possessividade. Sua boca só permitia que uma frase fosse proferida: "Tudo bem." Ela já havia dito isso tantas e tantas vezes... Culpe a repulsividade. Não, nada estava bem. Nada está bem. Nada. Seu coração batia. Mas não por vontade própria. Ele batia por necessidade. Eu sabia que aquela seria a última vez em que eu seria feliz em um razoável período. 

- E meu coração, já tantas vezes remendado, recusava-se a ser costurado novamente. Não haveria mais suficientes partes que tampassem tudo o que faltava nele. Não há.

2 de nov. de 2010

Medo

Talvez eu deva fugir
Do medo, da inconstância,
E acabar com essa distância,
E o tempo que perdi.


Não há pra onde correr,
Presa em meus fins medonhos
E eu não quero morrer,
Me afogar num mar de sonhos...


Em teias de desespero,
Em meu futuro presente,
Segura no inseguro
Do meu medo impaciente.

Waiting

É como uma onda, que, ao entrar em choque com você, te derruba, sem mais. E você se constrói com essa barreira permeável de esperanças e sonhos, esperando que ela sempre te sustente... E quando menos preparado você estiver, existirá uma falha tão grande na construção dela que, juntos, cairão como um só ser. E o tal verbo que jamais compreenderei: Esperar. Esperar pra que? Esperar por quê? Não quero esperar. Quero o tudo de uma vez. Jamais consegui entender a necessidade de ter que esperar por algo. É ruim ter que pensar que meus bons momentos podem ser os últimos... E posso não tê-los aproveitado da melhor forma possível.É ruim pensar que a 'felicidade' pode terminar a qualquer momento sem você. 

29 de out. de 2010

Olhos

E eu não consigo negar os seus olhosContemplar seus olhos negros é suficiente para me fazer feliz! As estrelas brilham sobre os seus olhosAs estrelas nos seus olhos iluminam o céu. Você não acha que toda vez que cobre seus olhos para manter as lágrimas guardadas, elas escorrem cada vez mais baixo? Mas aqui e agora, há interesse em seus olhos. Eu vejo seu brilho, eles me matam como seus amáveis olhosO olhar em seus olhos me deixa fora de mim. Abra seus olhosEu não posso fechar meus olhos. Seus olhos se acendem como fogo. Eu vejo as estrelas, elas estão em seus olhosGosto de seu olhos bem abertos. Seus olhos estão abertos com a luz suave do sol. Seu olhar penetrou até o fundo de meu coração. O que agia sobre mim era seu olharVocê pode ler nos meus olhos as palavras que não digo. Você não pode derrubar isso com seus olhos. Mas se é verdade, você pode ver com seus olhosA verdade está escondida em seus olhose está na ponta de sua língua. Feche seus olhos e faça acreditar que é aqui que você gostaria de estar. Eu não posso forçar esses olhos para verem o fim. E toda hora eu vejo seus olhos, aonde quer que eu esteja. Seus olhos são a única coisa, para mim. Isso estava em seus olhos, e eram apenas fáceis mentiras.

- There is something I see in you.
It might kill me, I want it to be true.

27 de out. de 2010

Realidade

Correndo na bamba corda,
Sem saber se vou cair, 
Sem saber se tu recordas
De que ainda estou aqui.


Me perdi em seu olhar,
Em seu rosto delicado,
Em lindos lábios trancados
Cujas chaves sonho achar.


Se agora te conheço,
E por ti me apaixono,
Recebo só o desprezo,
A ilusão e o abandono. 

26 de out. de 2010

Ilusionista

           "Infeliz! Você está doido? Iludindo a si mesmo? Que espera dessa paixão desenfreada e sem limites? Só por ela faço agora minhas preces; em minha imaginação não há outra imagem senão a dela, e tudo o que me cerca só adquire sentido quando relacionado a ela. É certo que isso me proporciona algumas horas de felicidade, mas só até o momento em que tenho de afastar-me dela. Ah! Wilhelm, se soubesse até onde meu coração pode ir... Quando fico sentado ao lado dela, durante duas ou três horas, deliciando-me com sua presença, seus gestos, a expressão celestial de suas palavras, pouco a pouco todos meus sentidos se comprimem, uma sombra escurece-me a vista, mal consigo ouvir, e tenho a impressão de que algo me aperta a garganta, como se fosse a mão de um assassino; depois meu coração, em seu pulsar precipitado, procura atenuar meus sentidos oprimidos, mas apenas faz aumentar-lhes a pertubação... Wilhelm, muitas vezes nem sei se ainda estou vivo! E quando a tristeza me domina, e Lotte me concede o miserável consolo de desabafar meu pranto em suas mãos para aliviar-me dessa angústia... então, tenho de fugir, tenho de ir para bem longe, caminhando a esmo pelos campos. Quando isso ocorre, meu prazer é escalar uma montanha íngreme, abrir passagem através de um bosque espesso, através de arbustos que me esfolam, dos espinhos que me arranham. Então me sinto um pouco aliviado! Às vezes, esgotado de sede e cansaço, desisto e paro no caminho, no meio da noite, a lua cheia brilhando lá no alto e, então, na solidão da floresta, sento-me em um tronco retorcido, para aliviar meus pés fatigados; e, embalado por aquela meia obscuridade, adormeço exausto!... Ó Wilhelm, as paredes de uma cela solitária, o cinto de espinhos e o cilício seriam consolos à minha alma! Adeus! Para terminar esse sofrimento, só vejo um caminho: o túmulo."

Autodestruição

          "Meu amigo, só a lembrança dessas horas já me fortalece. Mesmo os esforços que faço para recordar essas sensações inefáveis, para exprimi-las novamente, elevam minha alma acima de si mesma, embora me façam, em seguida, sentir duplamente a angústia de minha situação presente.
          É como se o palco da vida infinita se descortinasse diante de minha alma, e eu ali avistasse apenas um túmulo abismal eternamente aberto. Você pode dizer: "É isso mesmo!". E quando tudo passa? Quando tudo se precipita com a rapidez do raio, quando a força de seu ser se aniquila, e você se vê, ah!, arrebatado, arrastado pela torrente, esmagado contra os rochedos? Não há momento que não os destrua, a você e aos seus; não há momento que não produza, em você próprio, um destruidor. O mais inocente passeio custa a vida de milhares de pobres insetos; um só de seus passos arruina o paciente labor das formigas e enterra um mundo inteiro em um túmulo indigno. Ah! O que me comove não são as grandes e raras catástrofes do mundo, essas inundações, esses tremores de terra que devoram as cidades; o que me dilacera o coração é a força destruidora que está oculta no ventre da natureza, e nada produz que não destrua o próximo e não se destrua a si mesma. E, assim, prossigo claudicante minha angustiosa caminhada, rodeado pelo céu, pela terra e por suas forças ativas: avisto apenas um monstro que devora e rumina eternamente."

- Os Sofrimentos do Jovem Werther.

Devaneios

O inevitável havia nos juntado. E por fim, o 'destino' existe?  Mergulhei em seus profundos e inexplorados olhos. Encantadores olhos! Apaixonantes olhos! Descobri o novo, novamente. Apaixonei-me pelo não-descoberto. E sua pele branca e pálida. Seu semblante, suas linhas... Encantaram-me por completo. Eu fazia o destino mudar o seu percurso, naquele instante em que te vi. A primeira vez que eu dei uma rápida olhada em você, meus pensamentos passaram a ser só você. Minhas mãos tremiam rápido, quando você se aproximou. E eu jamais queria me separar de você, daquele instante em diante. Eu queria poder lhe contar que meus olhos não conseguem ficar longe dos teus, que meus suspiros são resultantes daquilo que sinto secretamente por ti.  E quando nossos olhares se encontram...


(...)

24 de out. de 2010

Calendário

O céu desabava incessantemente, assim como as lágrimas em meu rosto entristecido pela vida desgraçada que estava levando já a algum tempo. Estava claro que certos fatos haviam deixado aquilo como consequência, mesmo que inconscientemente. Malditos domingos. O dia estava cinza. Aonde fora parar as cores do mundo? Pensar sobre o que poderia estar acontecendo era intensamente desagradável, para não dizer terrível. E de estar ciente de que de um instante para o outro, TUDO pode mudar. Jamais duvide disso como eu duvidei. O tempo provou-me sua eficácia, provou-me que mudanças eram impossíveis de serem evitadas, não importa o que você faça para impedir isso. De repente, nada mais parecia brincadeiras de mal gosto. Era muito mais sério do que isso. Não tinha nada de "brincadeira". Estavam todos tão sérios como jamais estiveram em todas as suas vidas. Jamais havia imaginado que aquilo aconteceria. Gerações que se davam tão bem juntas! Ao menos na maioria das vezes. "Lembro-me de quando tentaram estragar a minha vida." Quão injustiçado foi você foi! E que ironia, a culpa é sempre alheia. E que ironia, Senhor da Razão! "Se agi assim, foi por causa de suas atitudes." Quantidades extremas de indignação permeavam em meu sangue fervente de raiva oculta por tempo demais. Tempo demais...  Mais tempo do que eu poderia aguentar silenciosamente. Rejeitava o seu toque decididamente. E quanto mais insistia, mais o repudiava dentro de mim. "Você não se lembra que estava me devendo uma?" "Não." E após essa curta troca de palavras, tudo fazia sentido. E a raiva aumentava e queria transbordar. Ameaçava que iria explodir por meio de lágrimas ácidas que encharcavam meu olhos. Fazia de tudo para me controlar. Engoli em seco uma vez. "Você não gosta dessa música?" Nenhuma resposta vazou de mim. Com uma certa irritação, desligou a música, vestiu-se com seus óculos escuros e passou a dirigir mais rápido. Não havia um barulho sequer no mundo. Engoli em seco pela segunda vez. A chuva caía sem hesitar, molhando tudo em volta do maldito carro. E como eu queria voltar ao tempo e tirar esse domingo do calendário. Escondido atrás de seu escudo, nenhuma outra palavra seria proferida. Em frente à minha casa, o carro parou. E a vontade de estar em casa agora parecia mais do que extraordinária. "Desculpe-me." "Tchau." Os dois sabiam que essa seria a última vez que se falariam em muito tempo. Desci do carro e sem olhar para o percurso que este faria, digiri-me ao portão de entrada. A chuva caía, juntamente com as lágrimas que eu estava controlando a muito tempo. Tempo demais. "Está tudo bem?" "Claro!..." Menti descaradamente e, sem mais, tranquei-me em meu mundo de dor e desgraças...

20 de out. de 2010

Entrelaçados

Ela não podia ter muitas certezas em sua vida, porém tinha algumas. Uma delas era que ela amava. Amava um garoto cujos cabelos eram loiros e olhos límpidos como cristal. Estava claro para ela o fato de que não existia razão suficiente para continuar a viver sua vida, se não pudesse fazê-la ao lado dele. Queria saber de todos os passos, pensamentos, atos, manias e hábitos dele. Queria que a única certeza de sua vida fosse ele. Mas o tempo não permitiu, e diversas vezes tentou os separar definitivamente. Dessa vez, ela achava que ele finalmente havia conseguido. Não haviam trocado palavras, olhares, suspiros há tempo demais. E ela ainda o tinha em sua mente, como se fosse recente a história que compartilharam. 
Estava chovendo intensamente, o que estava acontecendo bastante. Ele fugia das gotas da chuva que atingiam bruscamente suas roupas e pele, que ficaram encharcadas rapidamente. Fazia o possível para cortar caminho e chegar em sua casa o quanto antes. Déjà vu. Quando se deu conta, estava em frente a casa dela. Tantas lembranças, tantos momentos... Questionava-se se seria uma boa idéia chamar por ela em uma hora daquelas. Estático, já não podia mais fugir. Nem da chuva e nem de nada. Contudo, vinha um carro em alta velocidade em direção ao garoto paralisadamente hipnotizado por seus pensamentos que falavam mais alto do que nunca. Em decorrência da intensa chuva, o freio do carro não pôde impedir que um acidente acontecesse naquele instante.
Ela ficou sabendo sobre o incidente naquela mesma tarde chuvosa. Angustiada e sem ação, pensava desesperadamente em algo para fazer, algo que pudesse o ajudar naquele momento. Não queria que ele partisse para sempre. Porém, o que mais a desestabilizou foi saber que o acidente havia ocorrido em  frente a casa dela, isso significava que ele havia passado por lá e, consequentemente, parado naquele local. Talvez ele ainda a amasse, pensou ela.  Notícias chegaram depressa a ela e ficou sabendo que ele precisava urgentemente de um transplante de coração para sobreviver. Sem mais, decidiu instantaneamente que cometeria suicídio em nome dele, com o único e óbvio objetivo de doar a ele seu sofrido coração que, apesar de tudo, ainda batia.
Pulou da janela do último andar de seu prédio. Antes de tal ato, escreveu um curto bilhete, informando a razão de ela ter feito o que fez.
" Não tinha intenções de cometer suicídio, porém não tive outra escolha. Ao saber que me único e eterno amado havia sofrido esse acidente, logo em frente a minha casa, comecei a ter idéias de que talvez ele sentisse por mim, o mesmo que sinto por ele. Não encontro mais razões para continuar a viver, se não for o acompanhando pelo resto de sua vida. Então, deixo para ele meu coração, com tudo que sinto e senti. Enquanto esse coração bater, seja em mim, ou nele, estaremos para sempre juntos. Adeus. "
Apesar do desespero de sua família, o coração foi doado ao garoto, que agora vivia em decorrência do transplante.
Dizem que quando um órgão é doado, o receptor pode herdar características próprias do doador. E então estavam, dessa forma, juntos em um só corpo.

18 de out. de 2010

Everywhere

Vire, para que eu possa ver a parte de você que está tomando conta de mim. E quando eu acordo você nunca está lá, mas quando eu durmo, estás em todos os lugares. Você está em todos lugares. Apenas diga-me como eu cheguei até aqui. Diga-me porque estás aqui e quem és. Porque toda as vezes que olho, nunca estás lá. E todas as vezes que durmo, estás sempre lá. Porque estás em todos os lugares para mim, e quando eu fecho meus olhos é você que eu vejo. Você é tudo que me faz acreditar que eu não estou sozinha. Eu reconheço o jeito que me faz sentir. É difícil pensar que você não pode ser real. Sinto que agora as águas estão ficando profundas. Eu tento lavar as dores pra longe de mim. Porque você está em todos os lugares para mim, e quando eu fecho meus olhos é você que eu vejo. Você é tudo que me faz acreditar que eu não estou sozinha. Quando eu toco em suas mãos, é, então, quando eu entendo que a beleza está por dentro. Não importa pra onde vá, eu sempre te sinto. Porque você está em todos os lugares pra mim, e quando perder a respiração, respirarei você. Você é tudo o que eu vejo. Então me diga, você me vê?

15 de out. de 2010

Infatuation

Here we go again, infatuation. Touches me just when I thought that it would end. Oh, but then again it seems much more than that but I'm not sure exactly what you're thinking. I toss and turn all night, thinking of your ways of effection, but to find that it's not different at all, I throw away my past mistakes and contemplate my future. Would I last forever? You and I together, hand and hand. We run away (far away). I'm in for nasty weather, but I'll take whatever you can give that comes my way.


No more doubt

Words get trapped in my mind, sorry I take the time to feel the way I do. Cause the first day you came into my life, and time ticks around you? But then I need your voice, hands the key to love tragedy. So tell me when it's time to say I love you. All I wanted you to understand, that when I take him in, it's cause I want to. We are all born and we're in doubt. There's no doubt, I figured out... I love you.

Em busca de uma utilidade

A garota não sabia mais o que deveria ser feito! Decidiu, desde então, que, por todo e qualquer lugar que você passasse, deixaria um rastro, um pedaço, uma digital, ou qualquer coisa que pudesse te lembrar da existência dela. Começou a caminhar pelas ruas, e deixando nelas sempre um fio de seu cabelo. Nas flores, despejava o seu perfume. As gotas de chuva eram suas lágrimas. Deixou seus dedos dos pés em todas os parques e florestas que pôde. E seus dedos das mãos em todos os pianos. Seus beijos em todas as cartas de amor. Seus olhares em qualquer lugar que pudessem ser encontrados pelos seus. Seu sorrisos em sua risada sincera. Seus lábios, em em lugar aonde pudessem falar. Seus ouvidos, em um lugar aonde fosse necessário escutar. Seus olhos, em um lugar aonde necessitassem enxergar. Seus braços estaria lá, sempre dispostos a te abraçar. Suas mãos estariam sempre prontos para bagunçar o seu cabelo. Seu colo, sempre livre para que você pudesse deitar. Suas pernas para sempre caminharem contigo.     
(...)
Deixou a sombra dela contigo, para que pudesse sempre te acompanhar. Deixou o coração dela contigo, para que pudesse servir para algo, quando o seu parasse de bater. 

11 de out. de 2010

Opostos se destroem

Em meio à multidão, dois opostos. Um olha para o outro. Eles já se conheciam. Um ignora o outro. É sempre assim. Ela prende a respiração. Ele, não. Indiferença, indiferença; faz, faz diferença. Seguem ao mesmo destino, evitando o outro ao máximo. Era intensamente difícil, e ao mesmo tempo, fácil, para ela. Os dois dividiam os mesmos amigos. Ela não olhava muito para ele. O orgulho a impedia. Bendito orgulho! Ela sabia que se olhasse, faria mal para ela. Mas estava ciente também de que, se não olhasse, se arrependeria depois; escolheu o arrependimento. Mesmo com todo o desgosto, desejo, orgulho, ela estava definitivamente decidida de que não lhe dirigiria a palavra e que não olharia em seus olhos venenosos novamente. E assim fez. Passaram um tempo "juntos" e simultaneamente "separados". Foi assim até o fim. Ela teve que ir embora. Não tinha certeza se comemorava ou fazia algo para ficar mais tempo lá. Ao andar pelo labirinto lotado com a multidão desconhecida, ela repassava seus atos e erros em sua mente. Seu coração batia com uma velocidade incrível, sua respiração mantinha-se ofegante. Seus passos eram desesperados, e percorriam o local depressa. Ela tinha lembranças, confusões, discussões, arrependimentos, desilusões, e bons momentos embaralhando seu raciocínio. Não sabia o que fazer, como fazer, para onde ir. Na procura insana por um portão de saída, ela deu o passo final. Não havia lugar para sentar, todos estavam ocupados. Ela não se importava. E aquela dor de cabeça que estava sentindo, já não a atormentava. Sem ação, permaneceu de pé, olhando para o nada, enquanto esperava sua mente e coração chegarem a um acordo, enquanto esperava seus pensamentos se acalmarem, enquanto esperava seu sistema respiratório voltar a funcionar. Desabava internamente como um prédio com falhas em sua construção. Mas procurou não demonstrar fraqueza em todo o caminho de volta para casa. 

- Não existem possíveis consolos. As palavras certas fogem constantemente de nossas bocas. Não existem opções. Não existem escolhas. Tudo está interligado. (repito essa frase tantas vezes somente na ilusão de convencer-me de que ela é realmente verdadeira.)


"Difícil é ter que agüentar ver você passar e não poder respirar do mesmo ar."

8 de out. de 2010

Imaginário

Há dias espero por você. Espero que apareça e ilumine a minha noite. Espero que acenda as luzes em mim que foram apagadas. Espero reviver, quando você aparece. Há uns dias, você apareceu. E sorriu para mim como nunca havia antes. Seu sorriso inacreditável causou em mim muito mais do que eu imaginava. Você costuma sumir bastante. Porém, sempre sei que em algum outro dia, você voltará a brilhar na minha janela, e me fazer brilhar enquanto durmo, enquanto sonho contigo. Você tem poderes sobrenaturais. Poderes de trazer para mim, coisas que haviam desaparecido. Nem sei se você é real..

Sem mais

Dê a mim uma razão pra ficar, porque eu não quero viver no receio. Eu não posso parar a chuva, mas eu posso parar as lágrimas. Oh, eu não posso lutar contra o fogo, mas eu posso lutar contra o medo. Sem mais, eu apenas não posso viver assim. Sem mais, eu não aguento, não aguento mais. O que nós podemos esperar, se todos nós vivemos no medo? Dê a mim uma razão pra acreditar que não quer me ver ir. Faça-me acreditar que um dia você vai mudar, e finalmente fará as coisas que precisa fazer. Diga a mim que um dia você vai cumprir o seu papel. Faça-me acreditar em você.

Extremos

Você pensa que faz o que quer, não faz. E que quer fazer o que faz, não quer. Tá pensando que Deus vai ajudar, não vai. E que há males que vêm para o bem, não vêm. Você acha que ela há de voltar, não há. E que ao menos alguém vai escapar, ninguém. Paro pra pensar, mas não penso mais de um minuto sem pensar em alguém que não pára pra pensar em ninguém. Você acha que eu tenho demais, roubei. Você acha que eu não sou capaz, matei.

Retrato

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"


Cecília Meireles

Trechos

"I've seen this face once before, and I don't think I can do this again."

"I'm through thinking of things to say to you. It's true, I've said enough and so have you. Tongue tied from all the little things, and they're the reason that I scream."

"Can't get much clearer. Can't make this all go away. Now that you're bleeding, you stare at the ceiling, watch as it all fades away: From what you do, because of you."

"Theres something I cant see. There's something different in the way you smile. Behind those eyes you lie, and theres nothing I can say, cause I'm never gonna change your mind, behind those eyes you hide.

"You say that you're sorry, and you say now that it hurts you the same. Is there something here to believe, or is it just another part of the game?

Chuva ácida

Estou tentando não olhar para seus olhos e desabar tudo o que prendo em mim. Estou tentando não chorar, ao escrever essas palavras. Tento controlar-me. Se eu pudesse voltar ao tempo... Talvez eu escolhesse jamais ter te conhecido. Após tantas promessas quebradas por mim mesma, prometia a mim que jamais voltaria a procurar-te novamente. Prometia que jamais iria à lugares aonde poderia lembrar-me de você. Prometi que não faria promessas que não conseguiria cumprir. Falhei.

Apague o indelével

Descobri à duras penas que não sou forte o bastante para lutar contra os seus olhos, o seu olhar. Tentei usar do anonimato para falar com você. Quem sabe assim me trataria diferente. E com ele, descobri mais uma vez que não vale à pena. Tentei demonstrar meu interesse, recebi humilhação.  Tentei ser tudo, todas, a única, ganhei decepção. Mas uma vez eu me lembrei do porque de tudo. Lembrei-me porque desisti. Lembrei-me porque eu não poderia jamais de ver novamente. Lembrei-me de tanto, que já não existem prós. Agora, fujo de você, aonde quer que esteja. Espero que mantenha-se distante de mim. Jamais aproxime-se novamente. Agora, desisto sem hesitar dessa ignorância, desse apego, desse vão sofrimento.

- Your verse got trapped inside my head, over and over again. You played yourself to death in me. So you invade my sleep and confuse my dreams, turn my nights to sleepless itch. Stuck on you 'till the end of time. I'm too tired to fight your rhyme. Stuck on you 'till the end of time, you've got me paralyzed. You're everywhere inside my room, even when I'm alone I hear you, you're everywhere inside of me. No I can't escape your inside rhyme, when you shoot it deep straight into my mind.

7 de out. de 2010

Imensidão

                                                                                                                                           "18 de agosto
        Por que razão aquilo que representa a felicidade do homem também se transforma na fonte de sua desventura?
Toda a atração e sensibilidade pela natureza viva - que alimentava e aquecia meu coração, transformando o mundo a minha volta em um paraíso cuja força benigna me perpassava por inteiro - tornaram-se agora para mim um tormento insuportável, que me persegue por toda a parte. Quando, do alto de um rochedo, euu antes contemplava, para além do rio, o fértil vale estendendo-se até as colinas distantes, e tudo germinava e florescia em torno de mim; quando observava essas montanhas revestidas, do sopé ao cume, de árvores imensas e frondosas; os vales sombreados pelas matas e o sereno regato que deslizava entre bambuzais sussurantes, refletindo as graciosas nuvens que a doce brisa da tarde embalava no céu; quando, depois, ouvia os pássaros animarem a floresta e milhares de enxames de mosquitos dançando alegremente nos derradeiros raios do sol poente, cujo último e cintilante olhar libertava da relva os besouros que zuniam; quando meu olhar era atraído para o chão por sons repentinos e movimentos ao redor, e o musgo, que extrai seu alimento do rochedo, e as giestas, crescendo na encosta da colina arenosa, revelavam-me a intimidade divina e ardente da vida da natureza: como todas essas coisas encantavam o meu coração, fazendo-me sentir como um deus. E, assim, as maravilhosas imagens do imenso universo moviam-se e animavam-se em meu espírito, vivificando-o! Enormes montanhas rodeavam-me, abismos se abriam diante de mim e formidáveis torrentes, alimentadas pelas chuvas, se precipitavam; os rios corrian a meus pés; os estrondos da floresta e da montanha ressonavam, e eu via todas essas forças misteriosas agindo e se combinando nas profundezas da terra; e, também, na superfície e no céu, a expressão de múltiplas e diferentes criaturas. Ah! Quantas vezes desejei ter as asas de um grou para poder voar até as margens do mar imenso, e beber, na taça espumante do infinito, o delicioso impulso da vida, e sentir, ao menos por um instante, no espaço pequenino de meu peito, uma gota de felicidade do Ser que engendra tudo e todos."



5 de out. de 2010

Os sofrimentos

(...)
Por fim, os ardores da juventude se fizeram sentir, aumentados, naturalmente, pelos elogios dos homens; seus antigos prazeres foram se tornando, pouco a pouco, sem graça, até o dia em que encontrou um homem para o qual um sentimento desconhecido a atraiu com uma força irresistível e em quem depositou todas as suas esperanças. Esqueceu o mundo inteiro; nada ouvia, nada via, de nada gostava, a não ser dele, apenas dele. e só por ele suspirava. Como não estava corrompida pelos prazeres vazios de uma vaidade inconstante, seus desejos foram direto ao ponto: queria ser dele; desejava, nessa união eterna, encontrar toda a felicidade que lhe faltava, experimentas a um só tempo todas as alegrias pelas quais aspirava. Diversas promessas, que lhe renovavam as esperanças, carícias audazes, que lhe estimulavam os desejos, tudo isso acabou subjulgando a moça. Começou a flutuar em um sentimento confuso, antegozando todas as alegrias. Exaltou-se intensamente e, afinal, estende os braços em direção a todos os seus desejos... E o bem-amado a abandona... Antônita, desvairada, ela viu-se em face do abismo. A seu redor, a noite profunda, nenhuma perspectiva, nenhum consolo, nenhuma esperança: porque aquele em quem sentia resumir-se sua vida a abandonara. Ela já não via o grande mundo que se abria diante de si, nem os numerosos amigos que poderiam lhe atenuar o desgosto daquela perda; sentia-se isolada, abandonada por todos... E, cega, oprimida pelo horrível sofrimento de seu coração, precipitou-se no abismo para sufocar nos braços da morte todas as angústias que a consumiam.

- A mesma história acontece com muita gente...

(Pequeno trecho tirado do livro "Os sofrimentos do jovem Werther".)

3 de out. de 2010

So goodnight

Eu podia sentir a sua presença, antes mesmo de avistá-lo. E quando me dei conta, havia passado por mim, e ignorado tão facilmente a minha existência... Ao te ver, não precisei procurar diferentes formas para conseguir respirar, ou controlar meus olhos e pensamentos para distanciá-los de ti. Eu sou estava lá, a observar-te. Com meus olhos, segui teus passos, movimentos, gestos, palavras. Mas não o observava hipnoticamente. Não senti aquela vontade incontrolável de jogar-me aos teus braços e deixar tudo para trás, esquecer de tudo o que havia passado.  Só queria apreciar aquele último momento, em que te vi. Talvez tenha sido nosso último encontro por acaso. Ou talvez não. Naquele momento, te enxerguei como uma pessoa com quem passei diversos agradáveis momentos, alguém que pertencia ao meu passado, não futuro. E por mais que minha vontade fosse de tê-lo em meu futuro... Não havia mais nada que pudesse ser feito entre nós. Tentamos de diversas formas, tentei mais do que você. Havia me contentado em tê-lo apenas em minhas lembranças. E estava tudo bem. Ainda olhando para você, e ao mesmo tempo sorrindo, houve uma ligeira troca de olhares entre nós. 
Por mais que tentemos esquecer, desistir, sempre nos conheceremos. Por mais que tentemos ignorar que algo, em graus diferentes de importância, aconteceu entre nós, sempre ficará essa vontade de fazer tudo de novo, só mais uma vez. E então, desviei meu olhar de alguém que passou, arrancou uma parte de mim, e foi embora, levando-me consigo.

1 de out. de 2010

Opostos complementares

Se queres porto-seguro,
Promessas, planos, futuro,
Saibas que só quero incêndios,
Risos, fogo, gerúndios.


Se queres ser inconstância,
Sou completa independência.
Se és multiplicidade,
Sou a impulsividade.


Se queres perfeccionismo,
Saibas que estou longe disso.
Se queres libra, aquário,
Saibas que sou de sagitário!

29 de set. de 2010

Just keep walking

Não sou uma pessoa que põe demasiada energia em alguma coisa que tem a possibilidade de falhar, ou não chegar aonde deveria. Gosto de correr riscos, saber que todo o esforço - por mais que mínimo - tenha valido à pena. Não busco coisas fáceis. Não vou pelo caminho mais fácil. O que me faz persistir em algo é o desafio que aquilo propõe. Se a vida me fizer escolher entre dois caminhos, eu não hesitarei em criar um terceiro. Se um dia sou uma pessoa, no dia seguinte posso ser outra. Não estou aqui para receber ordens de ninguém. Não sigo as regras que não considero importantes de serem seguidas. Não gosto do tradicional. Gosto da inconstância, espontaneidade, imprevisibilidade. Gosto de ultrapassar limites. Aprecio a originalidade. Acredito na sinceridade acima de tudo. Coincidências não existem, tudo ocorre por uma razão. Tudo está interligado.

28 de set. de 2010

Caos eólico

Ela abre sua janela, e sente o vento carregado atravessar suas moléculas. Logo tem a sensação de que tem que sair de sua casa naquele exato momento. Pegou sua bicicleta de cor amarela e flutuava rapidamente por entre as ruas de sua cidadezinha. O vento feroz dava a impressão de que derrubaria sem hesitar os prédios que teriam sido feitos com estrutura para suportar até mesmo o pior desastre natural. Eles pareciam tão frágeis perto do vento... Perguntava-se como é que o vento ainda não a havia derrubado. Então, a previsão do tempo também estava errada. O vento arrancava tudo sem esforços, do chão. A impressão que ela tinha era de estar em meio ao caos. Estava ela em um redemoinho? Tudo em volta dela girava. Areia caia em seus olhos, em sua boca. O vento bagunçava seu cabelo com certo divertimento. E levantava seu vestido laranja propositalmente. O que ela sentia, naquele exato momento? Uma alegria infinita de estar em um caos natural. Ela ria, dava gargalhadas, como se estivessem chovendo piadas de todos os cantos. Talvez o motivo daquela ventania fosse a chuva, tão esperada. Havia muito tempo que não chovia. Todos sentiam falta do cheirinho de terra molhada, de saírem de casa e voltarem encharcados. Ventava extraordinariamente. Ela decidiu que seria melhor se ela voltasse para casa. Lembrou-se de que as primeiras chuvas, após de muito tempo, eram sempre ácidas. Optou por ficar debaixo de seu bloco, porém, o vento ainda a alcançava de lá. Fechou seus olhos e apreciou aquele momento de paz e caos, ambivalente. Todas as pessoas que passavam por ela fugiam do vento, temendo que seus cabelos fossem bagunçados, que uma chuva começasse brevemente. Não compreendiam o fato de uma garota estar, de certa forma, gostando de estar naquela situação. Mas lá ela continuava, sem medo ou pressas, sem prazos ou preocupações. Sem tristezas aparentes. Ela estava feliz. Tão feliz que jamais havia se sentido daquela forma. Garoto algum havia feito ela se sentir assim. Riqueza material nenhuma havia feito dela tão feliz, tão perto da completude. 

- Talvez não devêssemos esperar por apenas uma chuva, se uma tempestade também tem a possibilidade de vir.

27 de set. de 2010

Incompatibilidade

Já é noite. Porém, não sinto-me desencarnada. Tive a descoberta que justifica meus atos e meus devaneios por você. O fato é que tu se encontras em meu meio-céu. Tua personalidade vens a ser o ideal para mim, mesmo sendo, simultaneamente, o inferno propriamente dito. Isso vem a ser um irônico fato, pois minha atração fatal não deveria ser justamente o meu "inferno". Uma vez que se atraia por um deles, é desgastante tentar correr atrás. Parece até algo impossível de ser feito. Quando pensamos que finalmente deixamos o passado para trás, vem você, com sua ambivalência constante, e deixa indeléveis marcas naqueles seres que tentam arrancar-lhe sua segunda pele, sua máscara. Sua maneira de enxergar o mundo e a vida, é misteriosamente irresistível. Tende a querer mais atenção que alguém pode dar, e sentir-se rejeitado, ainda mesmo quando é incondicionalmente amado. 




- What's life without risks?

26 de set. de 2010

Dilapidar

Estou parada, somente olhando para a janela. Observando o tal mundo no qual não consegui me adaptar. Um mundo aonde não consegui viver. Não há nada para fazer. Ninguém andando pelas ruas. Não há ninguém para acordar. Na verdade, ninguém se importa. Todos estão sorrindo, piscando, respirando para o nada. Sendo felizes como ninguém. Rindo... Não há nada engraçado. Há somente desatenção, falta de consideração, desapontamentos, perdas, abandonos, substituições. E eu estou aqui. Escrevendo para o nada. Escrevendo sobre o vazio. O nada que resta em mim. Penso que no fim, só as más recordações ficam. Não existem risos, alegrias, sorrisos, para me acompanharem durante essa longa jornada. Só me torturam desapontamentos, sofrimento, esperas, desesperanças, lágrimas, disperdiços de uma vida insignificante. Se algum dia souberem sobre o que falo, talvez não tenha sentido. Do que eu provalmente poderia estar reclamando? Existem tantas pessoas que têm menos do que eu e conseguem alcançar a felicidade. Pois, no fim, não há ninguém que me suporte. Já não espero por mais ninguém, pois sei que não virás. Não acredito em otimismo. "Quando maior a esperança, maior a queda."
Pouco a pouco, vou perdendo o resto de mim. Pequenos pigmentos de cores que já brilharam em mim, partículas de mim, insignificantes. Células de alguém que não soube como suportar. Moléculas de um ser que não soube levantar, após sua última e penosa queda. Não existem consolos. Existe o vazio, que me tira a vida das últimas ilusões criadas. Pouco a pouco, irei desaparecer. Nada mais importa. Nada mais existe. Já não mais vivo.

- Are you afraid of being alone? Cause I am, I'm lost without you. Are you afraid of leaving tonight? Cause I am, I'm lost without you.

24 de set. de 2010

Suicídio


"Sei que quando você ler este bilhete achará loucura o que está acontecendo, mas tudo é a síntese de uma árdua e solitária era para o ser humano.

Tentei transmitir amor, paz, compreensão, amizade, para um mundo que já se esqueceu de tudo isso. Sei que todos acharão covardia minha ter procurado a morte, porém não acho que desapareci e sim tento passar para um outro plano, talvez um lugar em que eu me encontre e não me sinta tão deslocado.

Não estou louco e sim decepcionado com a vida e outras pessoas. Quero que todos saibam que ninguém é culpado de ter tomador esta decisão fiz com consciência nas conseqüências.

Logo todos se esquecerão de mim, portanto, não quero velório, flores, choro, mas sim uma cremação pura e simples e que minhas cinzas sejam jogadas em alto mar, pois não quero deixar marcas em um mundo que nunca me notou. Chega de palavras, pois estas também irão se perder com o tempo.

Adeus"

Dispensável e Impermanente

Estou só no meio da multidão. Há um tempo, não tenho sido eu mesma. Talvez esteja perdendo o otimismo, talvez tenha perdido a esperança, e me afogado brutalmente em mares de fantasias e ilusões. Sinto que não mais vivo a minha vida. Não tenho a ninguém, assim como ninguém tem a mim. As pessoas vêm me abandonando, me deixando de lado, pouco a pouco, ou até mesmo rapidamente. Meus olhos ardem. Minha ferida está exposta. Não há nada o que eu possa fazer. Cedo ou tarde, ela não estará somente exposta. Nela, estarão ficados milhares de espinhos. Não há nada o que eu possa fazer. A Lua brilha por mim, mas não a ninguém a quem eu possa brilhar. Meus olhos ardem. Talvez seja das incansáveis noites em que falhamente tentei adormecer. Talvez sejam as lágrimas precisando desaguar de meu pesados e cansados olhos. Olhos que já não enxergam o mundo podre como exergaram uma vez. Um mundo que um dia não era visto assim. Não é fácil perdoar. Não é fácil acreditar em alguém, ou algo. Pessoas tornam-se cada vez menos confiáveis. Pessoas tornam-se cada vez mais inconstantes, impermanentes.
No decorrer de minha vida, conheci muitas pessoas. Pessoas que, uma a uma, foram me substituindo. Pessoas que foram me trocando. É como se eu fosse apenas inútil. Tão fácil de ser trocada. Talvez seja fácil mesmo, encontrar alguém, de alguma forma, "melhor do que eu". Talvez eu seja fácil demais. Talvez eu seja demasiadamente substituível... Sempre sendo trocada, abandonada.


21 de set. de 2010

The Hunchback of Notre-Dame

"I cannot hate you. I love you! "cries the priest.
"What kind of love is this?" the girl shouts. 
"It's a painful, secret love. It has destroyed my life. Before I met you, I was happy."
"And I was, too!" says Esmeralda.
(...)
"But then one day, when I was in my tower, I heard your music in the square below. I looked out and saw you - the most beautiful thing in the world. I watched, and I was lost. My books held no interest. The cathedral became a prison. I wanted only to see you, to touch you, to love you."
"From that day, I was a different man.When I opened a book, I saw your face. I went into the cathedral, and I heard your voice. I followed you because I cannot live without you. I waited for you on street corners. I watched you from the top of my tower. Every day I became crazier with the idea of you in my head."
"Then one I heard that soldier say your name. He laughed and joked about you. I followed him, and you know the rest."
"Oh, my Phoebus!" Esmeralda cries softly.
"Don't say that name. He didn't love you. He didn't even know your name. Look at me! I was with you in the courtroom. I saw you on the torturer's table. You suffered, but do you understand my torture? I watched you smile at that stupid soldier in that dirty room. I watched him touch you and kiss you. He wanted to use you and throw you away. But I love you and I can help you. They'll hang you tomorrow, but I can stop them. You can live. Touch my hand. Follow me out of this prison. Learn to love me. Learn to forgive me. Please! Please!"
(...)
"But I love you!" cried the priest. "I have lost everything because of you, but still you hate me."
Claude Frollo was crying now. He hung his head and tears ran down his sad face.
"Because of you. Because of you," he repeated quietly. Then he remembered where he was. "You've seen me cry, but you feel nothing for me. I don't want to see you die. Give me one kind word and I'll save you. Say you want to love me."

I don't want to let you go

All the times you came to me and told me that you cared, I was dreaming of happy days that we both could share. Maybe I got too excited, and maybe you freaked out. Maybe I just have to call you up and scream and shout. Still, I don't believe that I can keep it all inside. When I see your pretty face, I almost want to cry. I know it isn't right, but still I have to fight. I have to let you know, I don't want to let you go. The pain is killing me, but I can't let it be. I have to let you know, I don't want to let you go. I remember days when I was stronger than a wall. Try as anybody might, they couldn't move me at all. Now I fall to pieces when you softly call my name, going up in smoke winds like a moth within your flame. I have lost all hope for being normal once again. I will be a slave to you until the bitter end, even if it's a hundred years before you change your mind. I will be here waiting girl until the end of time.

- But I'm shakin at your touch. I like you way too much, I'm afraid I'm falling for you. I'd do about anything to get the hell out alive, or maybe I would rather settle down, with you.

20 de set. de 2010

Memories

Aonde quer que eu vá, vejo o seu nome, sinto o seu perfume, sinto a sua presença. Isso mata, pois quando me dou conta, nada é real. Eu, que tenho a necessidade de seguir os teus passos, sou telespectadora de sua vida. Quero saber todos os teus atos, pensamentos, todas as tuas palavras. Quero saber se alguma parte de você tem consciência da minha existência. Quero saber o que é saudade. Você sente saudades? Você sente falta? Ver o teu rosto, somente em fotos. Passar por ti, em meus sonhos. Ouvir a tua voz, na minha mente. Rever nossos momentos juntos. Nada é real. O tempo passa, porém essas imagens, emoções, esses sentidos, sons, não mudam. Jamais mudaram. O tempo passa, mas você ainda está em minha mente. Pergunto-me quanto tempo durará. Neste momento, para sempre. Reviro memórias à procura do seu olhar, do seu gosto. Já não as encontro. Talvez faça tempo demais para serem lembradas. Talvez jamais tenham acontecido. Poeira. É tudo poeira. Nunca passou disso.

- O quanto a sua vida pode mudar, em apenas um dia?

19 de set. de 2010

Unbreakable vow

Sinta o corte ardendo fatalmente. A água corrente escorrendo com o seu sangue. E dói tanto, que sua vontade é de gritar até suas cordas vocais não emitirem mais som algum. Dói tanto que sua escapatória é fingir que não sente nada. Fingir indiferença. Sinta o corte arder, e dobrar de tamanho a cada segundo. Deixe que a água leve uma parte de você. Sinta a água fria em sua pele, levando os resquícios inúteis que sobraram em ti, de ti. A verdade é que nem deveria doer tanto. Isso só acontece pois voltamos mil vezes para o mesmo lugar. Cair diversas vezes num mesmo lugar. Eu só queria sentir algum alívio, porém, a cada dia que passa sinto que estou mais longe de conseguir isso. Só queria ouvir músicas, passar pelos lugares em que eu costumava ir, e não sentir a falta de estar acompanhada por sua presença. Gostaria de não passar pelos lugares e pensar que já estive com você neles. Gostaria de não andar por eles sozinha, e perceber que já passei pelos mesmos lugares acompanhada, por você.
- Então, se quiser me matar, mate-me depressa. Mas se deixar-me sem você, deixe-me viver.

16 de set. de 2010

A torre

" Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo. "


Cecília Meireles

13 de set. de 2010

Coisas frágeis

Somos nós quem decidimos se queremos sofrer por alguém, ou simplesmente deixar o que passou para trás. Somos nós apenas que decidimos se queremos ficar tristes com algo, ou simplesmente ver o lado positivo das coisas e esquecer. Escolhemos nossa tristeza ou felicidade. Só nós mesmos que podemos mudar isso. Não devíamos de maneira alguma despejar a nossa alegria em alguém, ou só sermos felizes quando estamos em algum relacionamento. Nossa felicidade haverá de depender somente de nós. Não devíamos esperar tão ansiosamente por alguém de finalmente fará de nós, pessoas felizes. Temos que ser felizes antes dessa pessoa chegar. Devemos ser felizes independentemente do nosso estado civil. Não se deve criar espectativas, se não queres se decepcionar. O melhor mesmo, é não esperar nada de ninguém, e ser surpreendido o máximo possível. Não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem contigo. Não espere uma pessoa mudar. Seja essa mudança. Seja a mudança que queres ver no mundo.
- E quanto maior for a esperança, maior será a queda.