30 de jul. de 2010

Incompleto

Lágrimas que caem de mim
Já não caiam mais assim
Desabam incansavelmente
E fogem com minha mente.


Imagino o que fiz de errado,
Desafio a minha memória,
Num pesadelo amargurado,
Morro pela minha vitória.


Imploro pra ser enterrada
Junto à lágrimas sufocadas
Que conduzem-me ao desespero.


Monto o meu próprio exército,
Visto-me com minha armadura
E junto à ela, vou à luta.

29 de jul. de 2010

Vida

Procuro-te na claridade
Espero-te, mas não vens
Quero que a realidade
Mostre-me mais que o além

À noite a Lua aqui brilha
E a mim e ao céu ilumina
Trazendo à minha alma vida,
Pois já não estou perdida



27 de jul. de 2010

Dia e noite

Eu era o seu nascer do Sol. Brilhava intensamente para você. Só para você. Eu iluminava o seu dia, e estava sempre contigo. Fazendo de teus cabelos lindos, loiros e reluzentes clareassem a vista monótona diária. Fazia teus olhos castanho-mel enxergarem somente o que há de bom no mundo. Fazia tuas mãos tocarem somente o puro. E, no fim do dia, eu era o seu o pôr do Sol. Eu antecedia a sua amada noite. Eu proporcionava momentos românticos para você. E ao vê-los, eu caia. Ia caindo devagar, ate sumir completamente. À noite, eu era a sua Lua. Às vezes, eu estava completa, cheia. Eu tinha as minhas fases contigo. Algumas noites, eu estava vazia, quase não aparecia no céu. E a cada dia que passava ou eu estava mais completa, ou mais incompleta. Alguns dias, a Lua e o Sol aparecem de dia. Será bom se ainda ainda lembrares de mim.

- Olhe para o nascer ou pôr do Sol, olhe para a Lua. E saiba que eu estou te observando, mesmo que não saibas. Saiba que estou contigo, mesmo que não pareça. Saiba que brilho para e por você.

25 de jul. de 2010

Vozes

Escutei a sua voz. Estava tudo escuro, e só a sua voz me guiava para um certo caminho. Não sei se era o correto, ou o incorreto, eu apenas ia. Sua voz me dizia coisas lindas, inesperadas. Palavras sem sentido. Palavras ilusórias. "Eu te amo". Palavras que você nunca havia pronunciado para mim. Não pude me lembrar de mais nada do sonho, apenas isso. Talvez seja o meu inconsciente, querendo desesperadamente que alguém diga isso para mim, com sinceridade. Talvez seja o que quero escutar. Mas a verdade é que tenho medo de falhar. Assim como da última vez, tenho medo de te perder. Imaginar você nos braços alheios daquela que você chama de sua dói, dói demais. Em meus sonhos, podemos ter um futuro próspero. São só sonhos, eu sei. Agora, tenho medo de sonhar. Medo de que meus sonhos sejam melhores ou mais agradáveis que a minha vida real. Medo de que um dia os fatos que acontecem em meus sonhos não venham a acontecer realmente. O tempo é inimigo. Ele não se esquece e nem passa depressa. Passa devagar. E assim, tenho mais medo. Medo de não conseguir chegar ao final. Medo de não cumprir. E o principal medo: rejeição. Quero essa segunda chance para fazer diferente. Quero que essa segunda chance sirva para conseguir o que não conseguimos no passado. Não haverá outra. Estou disposta a ir, sem ter que recuar. E se eu estiver indo rápido demais? É o meu ritmo, mas acompanhe-me. E não se esqueça.
- E se tiver que ser, uma hora será.

24 de jul. de 2010

Incessante

Estava sozinha, andando em linha reta. O vento era forte, e frio. Tão frio que atravessava o tecido de seu casaco, sua blusa e sua calça e encostava em seu corpo aquecido, fazendo-a se arrepiar. Ela escutava uma música, triste, por sinal. De repente ela começou a sentir uma dor intensa. Uma dor em seu coração. E doía tanto que ela mal podia respirar. Foi quando ela se deu conta de que ela estava andando exatamente no lugar onde ela costumava andar, quando ia ao encontro dele. A dor não estava cessando e era cada vez mais difícil respirar. Então, ela decidiu parar. Encostou em uma árvore e tentou fazer com que a dor passasse. Tentou em vão. E sem que ela notasse, estava encostada na árvore aonde eles haviam ficado pela primeiríssima vez. O perfume dele passou a ser o ar que ela respirava. E então, seu coração já não doía mais.
- E tenho medo. O tempo sem você passa tão devagar. E tudo se perder no caminho? Nunca poderei ser quem eu queria, fazer o que preciso. E se a demora fizer com que tudo suma? Nunca mais te verei novamente.

18 de jul. de 2010

Apenas um sonho

E então, você finalmente estava lá, perto de mim. Não consegui fazer outra coisa se não ignorar a sua presença. Você não parecia querer fazer o mesmo e em toda oportunidade, tentava ficar mais perto. Era cada vez mais difícil manter uma distância considerável de você. Enfim, você estava lá, estático, na minha frente. Primeiramente fiquei imóvel, admirando você. Afinal, não era sempre que isso acontecia. Não foram muitas as vezes em que pude observar você tão atentamente, sem a sua inseparável máscara. Não foram muitas as vezes em que pude observar você sem que eu tivesse que me controlar para não me aproximar demais. Mas, houveram vezes, ao teu lado, que eu fui eu mesma. Sim, houveram vezes. E você? Já foi alguma vez você mesmo comigo ao teu lado? E todas as chances perdidas, disperdiçadas, me assombravam durante todas as noites. Um pé roçando no outro. Você deitado em meu colo, enquanto eu alisava seus perfumados cabelos. E as minhas mãos, com o teu perfume, quando eu voltava para casa. O nervosismo que só você me fazia sentir... Eu tentei ignorar o quanto pude. Começamos a conversar. Perguntas infinitas saiam sem parar de minha boca. Você tentava responder da melhor forma. Não havia melhor forma! E eu o perguntava sobre minhas mágoas passadas, e os quase dois anos torturantes que me havia feito passar. Segurou meu braço e me puxou. Fomos andando até o metrô. Ele estava vazio, só havíamos nós dois lá. Então, você chegou em seu destino. Eu pedi para você ficar mais tempo, mas, com um beijo, despediu-se e seguiu.
Acordei, fim.
- E esse meu destino faz de tudo para que eu não te encontre. Faz com que eu não te veja, senão em meus sonhos.

11 de jul. de 2010

Desacelere

Ela agora tinha medo. Tinha medo de se entregar totalmente para alguém e se arrepender. Ela ainda sofria com as dores passadas. Ela ainda estava presa ao passado. As circunstâncias não eram fáceis. A distância existia. E a distância a fazia perder a coragem de lutar por aquilo. Ela não achava que valia à pena. Não achava que seria o que ela precisava. Não achava que seriam compatíveis. Todas as noites e madrugadas eram uma nova aventura. Os dois eram imprevisíveis. Não dava para ter certeza de que, se no meio de uma conversa, o humor de algum deles mudaria completamente. E isso acontecia diversas vezes. Eles estavam voltando a ser íntimos de novo, mas de uma forma diferente. Ele dizia certas coisas que ela simplesmente não conseguia retribuir. Ela não queria que as coisas mudassem entre eles. Tinha medo de quando eles se vissem pessoalmente. Sempre hesitava em vê-lo. Não conseguia ser com ele, como era com outras pessoas. Enquanto existisse esse problema, ela estava segura em não se expor demais. Ela estava segura em o que dizia a respeito dela. A pressa não existia.

7 de jul. de 2010

Comum

Eu sou tão comum como qualquer outra pessoa. Eu gosto de aventuras. Gosto de sair de casa com somente uma mochila com as coisas imprescindíveis que eu poderia carregar em uma bolsa e ir para o meu lugar preferido. Eu tenho um lugar preferido, onde eu gosto de tirar fotos, para que eu possa sempre lembrar de meus momentos nele. Existem também os lugares que eu não gosto muito. São lugares que me lembram muito sobre o passado, e principalmente acontecimentos tristes, ou coisas das quais me arrependo de terem acontecido. Coisas nada inéditas ou originais. Todo mundo já passou por elas. São elas: decepções amorosas, problemas familiares, e outras que não citarei. Antigamente eu costumava ser mais otimista. Acho que as coisas pelas quais eu passei me fizeram perder um pouco do meu otimismo cego e me trouxeram em troca um pouco de pessimismo, ou melhor, realismo. Eu, como qualquer pessoa comum, gosto de filmes de terror, mas fico com medo depois de assistí-los, gosto de comédias românticas, mas fico abalada depois de assistí-los, gosto de filmes de ação, drama, etc. Eu escrevo nesse blog por pura vontade de escrever o que sinto e o que se passam nos meus dias. Muitas vezes, não há muito o que escrever sobre o presente. Ou, muitas vezes, estou vivendo no passado ou no futuro, por isso escrevo sobre eles, às vezes, ou quase sempre. Não gosto de me sentir fragilizada, de mentiras, de muito barulho, de ficar resfriada, de muito calor, que mandem em mim, que me dêm resoponsabilidades, não gosto de me sentir presa. Meu humor está praticamente sempre em extremos. Ou estou muito feliz, ou muito triste. Gosto da Lua, de observar o céu, de filosofar com as coisas que ninguém costuma dar importância, gosto de escrever textos, poesias, gosto de ouvir músicas tristes, felizes, hiperativas. Tenho amigos, os quais gosto muito e realmente confio. Não costumo ser falsa. Não costumo mentir. Não suporto fazer alguém sofrer. Muitas vezes, faço as coisas pensando nos outros, e não em mim. Tenho amores platônicos. Tenho medos, sonhos. Sou tímida com quem não conheço. Tenho medo de espíritos. Gosto de rir, estou sempre rindo de qualquer coisa. Amo as cores laranja e roxo. Tenho três gatos, os quais eu amo demais. Tenho uma certa paixão por gatos pretos. Tenho medo do escuro, medo do que possa aparecer nele. Não tenho medo de ser atropelada na rua. Acredito que tudo acontece por um motivo, e que todas as coisas estão interligadas. Acredito em reencarnação. Não acredito em Deus. Sofro com acontecimentos passados. Sempre quero voltar ao passado e revazer milhões de coisas. Não me orgulho de diversas coisas que já fiz. Não sou muito boa em falar. Prefiro escrever. Gosto de escrever poesias. Minha mãe também escreve poesias. Gosto de Português, Inglês, Educação Física, Biologia, Matemática, Geometria. Tenho vários filmes preferidos, como Clube da Luta, Cashback, Revólver, etc. Prefiro músicas internacionais a nacionais. Gosto de cabelos loiros, enrlados, gosto de olhos claros. Fujo de respostas decisivas. Tenho medo de magoar os outros. Sinto ciúmes. Gosto de ajudar gatinhos abandonados nas ruas. Gosto das pessoas erradas. Gosto de sair de casa. Gosto de dormir. Gosto de ler livros que eu acho interessantes. Eu, como qualquer pessoa comum, tenho meus gosto, desgostos, orgulhos, arrependimentos, defeitos, qualidades, medos, sonhos.

5 de jul. de 2010

Capacidade

O caminho a minha frente está livre. Pronto para ser percorrido por mim. Mas eu desvio, arranjo novas formas de continuar aonde estou. Arranjo maneiras de não sair do meu lugar. O caminho novo é perfeito, fascinante, eu o aprecio, mas não consigo ir até ele. Estou aqui no mesmo lugar. Já cansada de estar aqui, estou infeliz.

4 de jul. de 2010

Pretérito Imperfeito

Era um dia especial, o aniversário do irmão dela.
- Por que você quer tanto me ver?
- Porque eu gosto de você.
Ela esperava o elevador, impacientemente. Chegando ao térreo, seus passos curtos, rápidos e determinados seguiam em frente com um propósito. No fim do caminho, lá estava ele. Ela ia em direção a ele, e ele em direção a ela. Cumprimentaram-se com um tímido "olá", e ele abraçou-a. Ela, com seu jeito desajeitado, quase não se sustentava em pé, sentindo o indelével perfume dele. E todas as vezes que eu passava por aquele mesmo lugar, eu sentia aquele abraço e aquele perfume. Logo após o abraço, eles começaram a caminhar. Ela não se importava em não dizer nada, afinal, o fato de ele estar ao seu lado fazia com que as palavras insignificantes não escapassem de sua boca, o que evitaria um esperado arrependimento.
Andaram juntos até um bloco. Ele pensava que iriam para a casa dela, mas ela não suportaria pensar que ele teria sido o único a entrar em sua casa, e que eles poderiam não possuir um futuro, juntos. Ela não pensava que eles teriam algum relacionamento sério, ou muito menos um relacionamento.
De frente para uma grade que os impedia de cair em direção a uma garagem, um curto e não muito interessante diálogo resultou em lábios que se encontrariam, e num beijo que eu jamais esqueceria. Os dois se separaram vagarosamente e andaram até uma banca de jornal. Ele havia comprado uma latinha de refrigerante, Fanta Laranja, para ser específica. Ele bebeu-a toda e deixou-a encaixada em um galho de uma árvore qualquer. Uma árvore que era qualquer naquele momento, mas que logo não seria mais.
Ele encostou-a contra essa árvore e foi se aproximando de seu rosto que logo ficou corado. Beijaram-se. Passaram várias pessoas por eles, mas nada importava para ela. Para ele, não faço idéia do que se passava pela mente dele! E no meio de outro beijo, ele deu uma pequena risadinha. O vento que passavam por eles era frio, e ela conseguia sentir o calor do corpo dele, enquanto suas mãos acariciavam sua nuca. E essa imagem ainda ficaria em minha mente.
O tempo foi passando, e ele tinha que ir embora. Foram até o ponto de ônibus e esperaram. Os braços dela o envolviam, mas ele não parecia se importar muito. Ele só queria ir embora. Ela queria que ele ficasse mais...Ele foi embora. E ela sabia, sabia que essa seria a última vez que eles se veriam. Eu sabia que esse dia nunca se repetiria.

3 de jul. de 2010

Oceano

Hoje entrei em desespero. Esperei por promessas serem cumpridas, mas elas não foram. Voltei só para casa, novamente. Estava no metrô. Idéias estúpidas atravessando minha mente, gradativamente. Pensei em voltar e te ver, pensei em fugir dos meus problemas, pensei em voltar aos mesmos lugares que me traziam lembranças que eu gostaria de esquecer. Pensei em começar tudo novamente. Às vezes gostaria que eu pudesse me transformar em outra pessoa, pois assim talvez eu conseguisse o que não consegui. Seria como se você não me conhecesse, mas eu soubesse tudo sobre você. Ou eu poderia ter outra chance. Não terei. E o pior é que tenho consciência dos meus erros, e às vezes realmente penso em errar novamente. Penso em deixar tudo para trás e voltar a cometer os mesmos erros, voltar a sofrer novamente. Entendo, não é que eu goste de sofrer, mas há algo que inconscientemente me puxa e me faz querer coisas desse tipo, pessoas desse tipo. É a velha história do: "só gosto de quem não gosta de mim, e quem gosta de mim, não gosto." Tão típico da minha vida, tão real, tão rotineiro. De repente uma onda de depressão me contamina. Descubro que mais pessoas estão felizes sem mim. Descubro que a vida de certas pessoas finalmente estão arrumadas. A minha não. Talvez até tenham acontecido boas coisas comigo nesse ano. Talvez eu só não me lembre, pois estou meio pessimista.
- Ah, Onda, me leve contigo nesse mar de pessimismo! Ah, Onda, me deixe ir com o mar, me deixe ir contigo!

1 de jul. de 2010

Nó sem fim

É tão bom quando tudo está claro, quando tudo está certo, quando tudo está no seu devido lugar. É tão bom quando compreendemos o porquê de tudo estar acontecendo da forma que está. Às vezes, parece menos doloroso empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Às vezes temos medo de que, se mexermos na ferida, será tão doloroso que pensamos que não fazer nada sobre ela será melhor, ou menos pior. É quando pensamos isso que estamos errados. Não há coisa melhor do que resolver o que não estava resolvido, nada melhor do que solucionar o não solucionado. É tão bom quando fazemos somente o que está ao nosso alcance. É tão bom quando não carregamos o peso dos erros das pessoas ao nosso redor. É tão bom quando estamos equilibrados. É tão bom quando a paz interior nos invade. É tão bom quando sabemos a causa e as consequências das coisas. É tão bom estar consciente de tudo. E quando paramos para resolver algo, e conseguimos. Quando você conserta algo errado, tudo parece melhorar. Tudo está interligado.