29 de jun. de 2011

Dois sorrisos

Todo dia eu acordo com uma certa dificuldade. Em alguns dias é mais difícil abrir os olhos e me desprender do meu cobertor aquecido com o calor do meu corpo. Em outros dias é insuportável pensar que terei que aguentar mais um dia inteiro. Mas existem dias em que levanto depressa de minha cama e me sinto inexplicavelmente feliz. E com a mesma rotina, você está sempre vagando por meus pensamentos. No caminho para o colégio, tem dias em que meus olhos não se sustentam e se fecham, sem hesitar. Outros dias, tudo o que eu quero é escutar músicas que me lembrem de ti, enquanto não estou ao seu lado. Com o frio cortante da manhã, me pergunto quanto tempo demorará para eu te ver de novo, quantos outros dias terei que suportar esse frio, sem ter você por perto. Em todos os dias da semana, eu crio forças para sobreviver, e a cada minuto com você, bem, são neles que eu realmente estou viva. São nesses minutos que eu sou feliz, que eu sinto que sou especial, que minhas certezas tornam-se cada vez mais absolutas. E não há nada que se compare ao seu sorriso, e ao seu olhar, quando se cruza com o meu. Não há nada melhor do que ficar observando cada pedacinho de perfeição que constitui o seu ser. Não há felicidade maior do que compartilhar a minha vida contigo. Minha vida é você. Não há nada que possa substituir o que você é para mim. Não há nada melhor do que ficar deitada ao seu lado e assistir o espetáculo da vida passar. Nada melhor do que sentir o toque de suas mãozinhas em meu corpo, nada melhor do que sentir seus beijos apaixonantes me dominarem completamente. E não há nada, não há nada melhor do que provocar risadas em você.

- Foi em você que me encontrei, quando me dei por vencida. Foi a sua voz que escutei, quando o silêncio corrompia. Foi em você que pensei, quando estava sem saída. É você a força que me faz continuar. É você o brilho que irradia de mim. <3

28 de jun. de 2011

Joaninha

A dor é aguda, unilateral. Existe um inseto batendo contra a lâmpada que ilumina esse cômodo. Uma  joaninha vermelha de bolinhas pretas. Ela é atraída pela luz. A luz a prende e a faz voar em volta da lâmpada. Às vezes, tudo o que eu consigo ouvir é o som de suas asinhas e seu corpo batendo em algo mais forte do que ela, e eu sei que enquanto a luz estiver ligada, o barulho não vai parar, ela não vai parar de tentar roubar aquela luz para ela. 

- Às vezes, o tempo que gastamos tentando alcançar a luz, é o tempo desperdiçado que poderia ter sido usado para o nosso próprio bem.

Infalíveis erros

Meu erro foi desacreditar
Que decepção não ia faltar,
Que me tornaria invulnerável
Toda vez que te visse passar...


Meu erro foi me deixar levar
Para esse mar de mágoas e nós
Onde o medo afoga e tira o ar
E ensurdece com sua fatal voz.


Meu erro foi poder enxergar
E não conseguir mais suportar
Palavras mortais de meros seres...


Meu pior erro foi aceitar
Que um dia eu não mais teria
Nenhuma razão pra me importar...

27 de jun. de 2011

Blurred

Após turbulentos dias onde a ambivalência definia os acontecimentos, a garota, deitada em sua cama, pensava sobre suas atitudes e se esforçava para compreender as atitudes alheias. Ela se expunha, deixava à mostra suas fraquezas, lutava contra o próprio orgulho. Ela fez o seu melhor, fez o que pode. Seu otimismo ainda gritava que tudo iria ficar bem. Ela queria o "tudo" logo. Não conseguia ignorar seus pensamentos que a diziam que talvez as pessoas são melhores quando nos mantemos afastadas, que talvez ela não valesse à pena. Enquanto sua cabeça era invadida, ela mexia em um anel prateado que estava em seu dedo anelar. Ela selava o compromisso aceito entre dois seres. Ela começou a pensar sobre o verdadeiro significado que alianças possuiam e representavam.  Todas as razões que ela encontrou fizeram sentido, e ela estava mais do que decidida de que era com ele que desejava compartilhar as alegrias e dores da vida. Não conseguia aceitar o fato de que ele não estava ao seu lado, para que ela pudesse o abraçar e mostrar para ele que ele significava muito mais do que ele imaginava. Ela queria poder dormir tranquila, queria dormir e ter a certeza de que as vontades e os desejos dele também eram os mesmos...

- Quando o seu dia começa nublado, só ele pode fazer o sol aparecer. Quando se passa muito tempo no escuro, a luz, quando vista, em vez de nos fornecer a visão, acaba nos cegando.

26 de jun. de 2011

Subversão

A vida nos testa. Nossa mente nos testa. Somos destinados a refazer todos os erros que nossos antepassados cometeram. E somos destinados também a fazer diferente, a dar um final diferente à eles. Situações iguais, pessoas em comum. Nós vivemos os mesmos paradigmas. Somos testados. Nossa capacidade de sobrevivência é questionada, nossa vulnerabilidade é posta em jogo. Você há de ter que escolher corretamente, você há de fazer o melhor com o que existe dentro de si. Tudo está interligado, tudo é inconsciente, inconsistente. Dualidade, ambivalência, dissimulação, enredos. Tudo é questionado. Não há certos ou errados, existem aqueles que são provocadores (agressores) e os que sofrem a provocação (vítimas). Eles se põem no lugar aonde se encaixam. Se você busca sofrimento, você sofrerá. Se você busca por mudanças, algo há de mudar. Se você busca confusões... bem, você encontrará quem confrontar. Você mexe uma vez, mexe duas, mexe três. Uma hora as coisas se transformam, e tudo passa a ser lilás. Quando você se afasta de si mesma, mantém uma certa distância e consegue enxergar a vida como observadora, não personagem. Quando você se eleva e torna-se mais, melhor, superior. Quando você abre os seus olhos e passa a não apenas ver, e sim observar, avaliar e criticar com fundamentos. Quando você dá força pro importante, e  instantaneamente o fútil perde a razão. Quando as coisas se organizam, a paz reina.

- Quanto mais eu me amo, mais posso partilhar com os outros.


(Quando eu reconheço e aceito meus fantasmas, eles perdem seu poder.)

21 de jun. de 2011

The mistake

Mais uma vez, o destino te mostra um caminho. Tinha uma pedra no meio do caminho. Você tropeçou nessa pedra. Você caiu...
E uma ligeira impressão de que eu não pertenço à este lugar começa a fazer sentido, talvez até demais... Talvez eu devesse me entregar à chuva, me afogar nas águas que molham meus pensamentos... Talvez eu devesse impedir a mim mesma, talvez eu devesse salvar-te de mim. Aquela impressão de que existe algo preso em sua garganta. Você quer gritar - ninguém vai te ouvir. Você pede, suplica, implora por um pouco mais de tempo. Tanto faz. Vontades não vão esperar, o tempo não espera. Decepção, interna e externa. Tudo está bloqueado. Terremotos internos, tsunamis externas. Está preso em minha garganta o veneno que aguarda pra me exterminar. E será que o meu fim está próximo? Será que o medo de um fim é tão grande assim? Será que você se cegou com seus próprios dedos de agulha? Não tente entender, não faz o menor sentido. O mundo aos meus olhos é invisível à olhos alheios. O mundo em que me perdi é o mundo existente entre a realidade e os sonhos. Às vezes perco-me em sonhos, outras vezes, na realidade. Mas às vezes, a minha realidade, não é a verdadeira. Às vezes o meu mundo está errado. Às vezes eu não sei lidar com isso. Seu coração.... aquele que já não batia mais, cria forças do inexplicável e se desprende. Do que vale a sua intuição? Você só erra.

14 de jun. de 2011

This animal

A lua estava cheia. O clima mudava de acordo com as fases da Lua. Personalidades mudavam de acordo com as fases da Lua. Eu assistia uma garota de cabelos vermelhos caída no chão, enquanto a água, também vermelha, carregava suas mágoas. Ela não sabia se chorava pelo passado, ou pelo futuro que tanto temia. Eu conseguia sentia sua angústia pelos gritinhos agudos que ela soltava de vez em quando, nas horas em que não conseguia suportar a dor. Ela era invadida pelos mesmos pensamentos que havia se proibido de pensar. Talvez eles houvessem esquecido de como realmente as coisas aconteceram. Talvez eles sentissem falta um do outro. Ela não conseguia decidir se ela havia atrapalhado algo, ou se ela deveria estar no mesmo lugar aonde estava. Ela se via acorrentada. Já havia passado por situações como aquela, mas dessa vez era diferente. O cenário havia mudado, ela conseguia sentir o gosto da terra em sua boca. A mesma terra que cobria o seu túmulo. Sentia o gosto salgado se suas lágrimas que eram constantes. Seu corpo tremia, mas não sabia se era medo ou frio... No que exatamente ela havia se tornado? A terra ficava cada vez mais molhada. E ela parecia afundar cada vez mais no mar de culpa que ela mesma havia criado para si. Tudo estava escuro, a luminosidade havia achado um lugar mais agradável para estar presente. A felicidade seguiu o mesmo rumo... E a garota estava parada, ainda sem rumo, sem teto nem chão.