25 de dez. de 2011

Brilhante

Você precisava apenas conversar com alguém. E como é bom ter seus olhos abertos e prontos para enxergar de uma nova forma!
Eu abri os meus olhos, tudo passou a ser colorido, tudo agora fazia sentido!
Pergunte a si mesmo: você se sente feliz? 
Tudo o que é bom dá trabalho, você está disposta a lutar por essa causa?
Duas pessoas se escolhem. Escolhem alguém com quem dividir sorrisos e lágrimas, silêncios e algazarras, antônimos e sinônimos, paradoxos e possibilidades. Se é real, verdadeiro, faça o seu melhor. Não o deixe nem sequer um dia acordar com dúvidas ou dominado por inseguranças. Forneça tudo o que é necessário, seja o suficiente. Importe-se, compreenda, escute, faça, explique, tente, persista. Jamais desista. Jamais deixe que terceiros afetem tudo o que vocês batalharam tanto para conseguir. Jamais deixe um momento ruim destruir algo tão belo. Mostre para ele o quanto ele é importante e significa para você. Jamais passe um dia sem tentar - por mais que em vão - dizer ou mostrar pra ele o quanto você o ama. 

23 de dez. de 2011

Ciclo

Caia. Levante-se. Fuja. Sinta. Chore. Resista. Leia. Endureça. Ignore. Aguente. Aguente. Aguente. Engula. Ignore. Derrame. Melhore. Sorria. Esqueça. Sonhe. Acorde. Hesite. Tenha medo. Perca-se. Enlouqueça. Finja. Ignore. Feche os olhos. Cale-se. Aguente. Ignore. Melhore. Finja. Endureça. Sinta. Evite. Prometa. Cumpra. Pare. Lute. Seja forte. Canse. Prometa. Distancie-se. Enoje-se. Suma. Decepcione-se. Aguente. Canse. Importe-se. Caia. Chore. Desespere-se. Converse. Fale. Contenha-se. Contenha-se. Contenha-se. Fuja. Proteja-se. Arme-se. Espere. Pense. Prometa. Veja. Caia. Canse. Pense. Pare. Chore. Mude. Prometa. Tente. Seja forte. Tente. Tente. Tente. Aguente. Aceite...

12 de dez. de 2011

Despedida

Saí sem saber se voltaria,
Suas lágrimas me dando tchau
Saí sem a suposta alegria,
Com o meu coração de cristal...

Saí sem a sua companhia,
Com lágrimas fora do normal,
Saí levada pela agonia
E com uma tristeza brutal...

Morri, como em toda despedida
Sem você, eu estava perdida,
Vagando sem rumo, pelo escuro...

Cai num labirinto infinito
Sem saber, eu estava perdida,
Andando cega, só, e aflita.

9 de dez. de 2011

Inexplicável

Embora ela tentasse se conter, era em vão..
Ela pensava por tudo que passaram, durante todo aquele tempo; pensava nos desafios, nos pedregulhos, nos alfinetes, nas espetadas, nos machucados, nas lágrimas, no tempo perdido...
Ela gostaria de poder voltar.
Ela se perguntava se era mesmo necessário que passassem por tudo isso, ou se poderiam ter apenas pulado essa fase.
Talvez tivesse sido necessário que se perdessem para que pudessem se encontrar, ou que enxergassem, uma vez que estivessem cegos.
E quando ela se deu conta, percebeu que ao lado dele ela era alguém, mas somente ao lado dele. Percebeu o quanto ele a fazia bem. Percebeu o que devia ter certeza há um tempo: estava completamente apaixonada por ele. 
E apesar do medo, da insegurança, apesar de tudo, ela resolveu arriscar - e acabou por se entregar inteiramente.
De repente, seu mundo girou. 
Jamais imaginava que existia um ser como ele - alguém que a surpreendia e a encantava mais com cada gesto feito, cada palavra articulada, cada piscar ligeiro. Alguém que fazia seu coração manter-se protegido. 
E não adiantava tentar explicar pra alguém aquilo que crescia dentro deles a cada dia - era algo tão único, forte  , puro e desconhecido - que sabiam que só eles podiam compreender.
Às vezes ela não conseguia entender como dois opostos se pareciam tanto, ou como eles eram perfeitamente compatíveis.
Não havia nada que um olhar, um sorriso, não pudessem consertar. Não havia nada que eles não pudessem fazer. Não havia nada que pudesse estragar o meu sentimento por você.


2 de dez. de 2011

Fumaça

Ela andava por entre as árvores que a sufocavam. As árvores pareciam chorar - coisa que ela não conseguia mais fazer - despejando gotas e mais gotas, que encharcavam-na enquanto tentava fugir. Mas então, a pergunta que não queria calar era: porque uma menina como aquela - possuía dois olhos, duas orelhas, um nariz e uma boca, assim como todas as outras - estava fugindo de tudo e todos, daquela forma? Pois a tal pergunta tinha resposta, ainda que não satisfizesse os curiosos. A menina dizia que estava cansada de dormir e ter pesadelos, acordar e ver que nada mudou, ver a chuva cair e o sol nascer e perceber que ninguém mais se importa, ver infelizes desistindo, felizes insatisfeitos, ver o amor sendo destruído, ver o mundo em estado crítico, ver vidas caóticas, ver o egoísmo, a tristeza, a arrogância, a inveja, a ganância - tudo isso como se fosse algo normal. 
Após algum tempo, a chuva cessou e a névoa passou a encobrir a floresta em que a menina estava. E então, agora que ela não podia ver mais nada, estava feliz? Ela sempre ousava dizer que a realidade era dura demais, que preferia viver em seu próprio refúgio do que ter que lidar com a maldade universal. Mas então era vivia presa em si mesma, não sabia se defender, não tinha malícia, maldade. E de vez em quando esbarrava em outras árvores, pelo fato de estar cega pela névoa. Seus únicos sentidos eram a audição, tato, olfato e paladar. Escutava ruídos demais, e às vezes até gritos de desespero. O fato de não enxergar mais não significava que estava livre de tudo aquilo que queria evitar. E então ela se viu igualada àqueles felizes insatisfeitos, os infelizes que desistiam... Havia ela se tornado exatamente aquilo que repudiava?
Havia andado bastante, desde que entrou na floresta fechada e se perdeu completamente. Talvez ela estivesse chegado ao fim do caminho... As árvores tinham terminado, e não havia mais nada em seu caminho que a impedisse de andar. Decidiu encostar numa pedra e sem pensar em nada, olhou para o céu. Percebeu que - uma vez que fora cega pelo pessimismo (que não podia ser confundido com realidade) - havia perdido a esperança em si, e em todos. Mas ao olhar aquelas estrelas, ao navegar por aquele céu, ao escorregar pela lua, lembrou-se que o mundo não era só aquilo. O mundo era muito mais do que aquilo que ela e todos conheciam. E que o mundo em que ela viviam, com a forma que ela interpretava os fatos, com sua fé, era um mundo muito mais bonito que qualquer outro; pois naquele mundo ela havia conhecido o amor, a amizade, os valores indispensáveis e pessoas que faziam a vida ter um sentido.
Diante disso, levantou-se, respirou fundo, e olhou para trás, para toda aquela floresta que havia atravessado. Sorriu, e com os olhos radiantes, voltou-se para frente e continuou a andar, jamais olhando para trás novamente.