30 de abr. de 2012

.

Queria apenas que fosses meu, quando sou completamente sua.

27 de abr. de 2012

Ao som de uma canção de ninar

E agora eu digo: vamos passear! Andar pelos diferentes sons, pelas diferentes cores, pelos diferentes tons! Escorregar em panos de seda, em musgos esverdeados, em túneis infinitos!  Vamos escutar diferentes vozes, diferentes nuances, escutar o silêncio da noite, o movimento das ondas do mar, o sangue sendo oxigenado em nossos corpos! Vamos sentir as gotas da chuva e lágrimas caindo em nossos rostos, de nossas faces. Vamos enxergar a intensidade da luz, a velocidade de um beija-flor, o ar passando por nossos corpos, a terra sujando nossos pés, as nuvem passageiras formando histórias em nosso céu! Vamos correr por entre as estrelas, pelo espaço existente entre o céu e a terra, pelas correntes marítimas e pelos lençóis freáticos frenéticos! Vamos mergulhar nos pensamentos mais obscuros e ternos, nos calores mais intensos e severos, nos amores mais verdadeiros e incertos... Vamos desvendar as dúvidas mais discretas, os labirintos feitos de pedras, os suspiros que desaparecem no ar... Vamos mudar os pretéritos mais que perfeitos, os presentes já desfeitos, o tempo que voa pelos mares, todos e quaisquer milhões de hectares! Vamos lutar pela força que desliza em nossas veias, pela dor daqueles que vivem sem eiras nem beiras, por quem não faz por si só, por que não sabe desfazer um nó. Vamos fazer tudo por aqueles que não anseiam viver, escrever para todos que não sabem se expressar, escutar a todos que nos tem algo a dizer!

25 de abr. de 2012

A vida

A vida pede por paciência:
Te mostra um poço, e espera que não caias...
Cava a sua cova, e espera que não morras...
Faz uma tempestade, e espera que não te molhes.

A vida é apenas um teste:
Te faz sofrer, e espera que cresças;
Te mostra a morte, e não quer que te rendas;
Te prende num labirinto e deseja boa sorte.

A vida é apenas triste:
Te mostra a felicidade que logo desaparece...
Te faz experimentar do doce que logo amarga...
Te entrega a luz que logo se apaga.

19 de abr. de 2012

Sorrow

O vento cortante atravessava sua pele, deixando cicatrizes para trás. Queria ser capaz de sumir a persistente dor que te persegue, desde tão cedo. Percebo que preciso mudar. Não posso parar no mesmo lugar que você está, e sofrer como sofres. Não suporto te ver assim, sua dor me causa dor, provoca lágrimas incessantes. Não suporto te ver assim. Reclamo da dor que sinto, e peço que eu seja capaz de perceber a dor alheia. Para todos aqueles que sofrem diariamente, sinto compaixão. Me sinto mal por reclamar de minhas dores. Dor é dor, dor dói, independentemente de qual seja. Tantas vezes foste capaz de notar melhoras, foste capaz de orgulhar-se por ter vencido - por estar melhor do que tantas outras pessoas que sofrem com dores. Tantas vezes comemoraste por estar sentindo-se bem, sorriste por sentir-se livre! Peço por favor, jamais desista dessa vida - por mais que sofrida - pois existem pessoas que precisam de ti. Eu preciso de ti. Jamais renda-se a dor que não te quer ver feliz, não te quer ver viva. A dor de alimenta do seu sofrimento, jamais deixe sua esperança morrer, e seu espírito luminoso perder os raios de luz. Eu preciso de ti. Jamais se sinta incapaz, jamais deixe-se afundar. Eu não deixarei. Tu és para mim - e por todo sempre serás - a fonte de inspiração que move cada passo meu, o exemplo de vitória que pretendo seguir. Desejo um dia conseguir tudo o que conseguiste, doar-se de corpo e alma à vida de seus familiares, ser forte e determinada o bastante para quebrar inquebráveis padrões de vida, e ainda - depois de tudo isso - manter-se erguida e seguir em frente, como quem jamais pensa em desistir. 

11 de abr. de 2012

Eternamente infinito

Teus olhos me guiam durante momentos mais escuros. E ainda que tenhas que andar só, jamais estarás sozinho. E ainda que sintas tristeza de vez em quando, sempre estarei aqui para tirar um sorriso lindo do teu rosto. E ainda que não possamos estar ao lado um do outro todos os dias, eu sempre estarei perto de ti. E ainda que seja difícil sem te ter ao meu lado, aguentarei todos os dias firmemente, aguardando ansiosamente o dia que nossos olhares se encontrarão, e nossos lábios se beijarão, e faremos os relógios pararem.
Prendo-me fortemente aos teus abraços, aqueles que me mantém segura, que me mantém aquecida, que me fazem sentir amada. Eu preciso disso, preciso do teu toque que me acalma, da tua voz que me conforta, do teu ser que me completa. Preciso da luminosidade que me mostra o caminho que devo seguir, preciso das palavras carinhosas, dos gestos gentis, do sentimento único que nos envolve. Eu preciso sentir meu coração envolto e aquecido, coisa que só sinto quando estou contigo. Eu preciso da metade do meu sorriso, da metade do meu mundo. Eu preciso de você em todas as partes de mim.

8 de abr. de 2012

Vento

O vento passava com força, levando um pouco de mim consigo. Pudera eu ser forte como ele, e carregar os outros comigo, pra onde quer que eu fosse. Mas de certa forma, tínhamos algumas coisas em comum: eu passava muitas e muitas vezes pelos mesmos lugares, procurando por uma curva que me fizesse mudar de direção, por um soprinho a mais que fizesse meu caminho mudar. Havia me esquecido de que meu percurso só mudaria, se eu também mudasse.
E então, o vento mudou de direção.

4 de abr. de 2012

Imensidão azul

Eu precisava de alguém ali no fundo do mar, naquele exato momento. Estava prestes a me afogar, eram os últimos segundos que um ser humano aguentaria sem oxigênio. Era tudo tão escuro, e eu era a única humana por ali, o resto eram animais marinhos e plantas aquáticas. Eu não possuía guelras. Eu não conseguia respirar debaixo d'água, diferente de todos os seres que ali se encontravam. Meu destino estava traçado e não havia nada que eu pudesse fazer para impedí-lo. Estava fora do meu alcance. Eu não era capaz de respirar, e o que me restava era morrer aos poucos e poucos, até por terminar completamente asfixiada. Não adiantava tentar chorar, lágrimas são imperceptíveis quando se está debaixo d'água. Estava tão fortemente presa ao fundo que mesmo que aparecesse alguém ali por perto, não me veria. Eu estava fora do alcance da visão humana. 
E o tempo ia passando mais devagar do que nunca... Eu me perguntava como havia parado ali, o que poderia ter feito para impedir esse acontecimento, e quanto tempo ainda me restava: era claro que não faltava muito. Não havia ninguém... Nenhum corpo humano vivo que pudesse me arrancar dali e me fornecer o tão precioso oxigênio que talvez pudesse salvar a minha vida. E eu pensava naqueles que podiam respirar, mas que não mereciam estar vivos; pensava também nos milhares de seres humanos que também morreram asfixiados, assim como eu. De repente me senti menos especial. Senti como se talvez eu também não merecesse aquele oxigênio que fora tirado de mim. Consegui me ver como quem eu realmente era: apenas mais um corpo perdido, afundado, asfixiado, naquela imensidão azul.

Felicidade Clandestina

"E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."