25 de set. de 2013

Partida ao meio

Estou em pleno meio de um cabo de guerra. Me puxam os cabelos com tanta força que eu me vejo preferindo não ter cabelo algum. Me puxam os pés de forma insana - e estes doem demais! Gostaria de me deixar ser partida ao meio, quem sabe assim os dois lados ficariam satisfeitos. Mas eu sei que não ficariam! E eu seria deixada ali, partida ao meio, sozinha, enquanto os lados sairiam sorrindo e seguindo a própria vida. 
Estou exausta de estar no meio. O meio me deixa perdida. "Destroy the middle it's a waste of time." Eu gostaria de conseguir. Eu gostaria com todas as minhas forças conseguir sair do meio. Do que estou fugindo? O que estou evitando? Fui eu quem deu vida à situação, haverei de conseguir sair dessa da mesma forma. 
Estou exatamente no meio de um furacão que é tão forte que me tira toda e qualquer força que eu venha ter. E estou perdida. Não consigo ter uma visão clara das coisas - elas estão sempre todas girando. E se por um momento, apenas um momento, eu tivesse o poder de parar o tempo, poderia de fato observar tudo o que está nesse furacão junto comigo. Poderia tirá-los do furacão. Poderia continuar nele, sozinha. Poderia fazer do furacão, a minha pessoa, ou poderia eu virar o furacão. 

22 de set. de 2013

Impermanência de uma lágrima que cai

Cada lágrima deixa uma cicatriz nova em meu rosto, mas o que são cicatrizes em um corpo morto? O que são lágrimas, em um ser humano que não é mais capaz de sentir? Apenas água, sais minerais, proteínas e gordura.

Queria saber como é sentir algo que dure mais de um dia. Tudo o que me acontece, entretanto, só parece mostrar como nada nessa vida dura. E por tantas vezes eu insisto em me apegar; insisto a querer que se apeguem a mim. E quando encontro algo mais inconstante do que eu, fico louca! Pois, embora seja difícil admitir, quem se mostra mais inconstante, sempre terá mais poder, mais controle. E não ter controle me deixa louca. Depender dos outros me deixa louca, me deixa fraca. E pensar que sou fraca me deixa louca. 
A forma que arranjei pra sobreviver, portanto, foi oprimindo tudo isso dentro de mim. Cada lágrima que cai de meus olhos, cada nova cicatriz em meu rosto, é uma prova de que não sei lidar. Não sei lidar com a solidão, com a carência. Não sei lidar com a fraqueza. 
Mas se tem uma coisa de que sempre me esqueço é que tanto as coisas "ruins" quanto as coisas "boas" são impermanentes. Não é como se apenas as "boas" não durassem - nada foge dessa regra. "Tudo" - usado em sua forma mais abrangente - é impermanente. 

16 de set. de 2013

Open arms

A vida abriu suas portas para mim novamente.
Meu corpo está em êxtase -
Sinto meu coração bater novamente.
E o ar que respiro é puro, é doce.
Sinto aquele calor em mim novamente.
Talvez minha luz esteja voltando a brilhar,
Talvez eu só precisasse te encontrar,
Para poder me encontrar, novamente.

9 de set. de 2013

Cavaleiro de ouros

Não quero mais dançar essa música doentia, querido. Mas se precisar me culpar para sobreviver, faça isso. Não quero te ver como um monstro, até porque, sei que não é. Apenas te dei tudo o que eu tinha para dar, sei que você fez o mesmo. Não é preciso que carreguemos tanto tempo em nós com tamanha amargura. Estou aqui, querido, sempre estarei. Obrigada por ter compartilhado tanto comigo, sinceramente. Você me ajudou muito a crescer, a enxergar o mundo de outra forma. Me ensinou que o amor é possível. Obrigada por tudo de bom que pudemos passar, por tudo o que pudemos aprender. Agora, quero que saibas que seu lugar no meu coração está guardado. Quero dizer que passamos por o que tínhamos que ter passado porque precisávamos disso. Tudo o que acontece em nossas vidas é para o melhor. Para você, só desejo o melhor, querido. Que possamos nos reencontrar algum dia, e ver que está tudo bem.