15 de out. de 2018

Às vezes me pego à beira de colapsos...
Caminhos que levam a paradoxos entre o que eu penso e o que eu sinto.
Ambivalência, aquela velha companheira.
Vou tentando preencher os buracos de pedaços de mim que perdi...
Vou me arrastando com o que resta de mim...
Se sou completa, inteira, por que me sinto fragmentada....?

O vazio dói um tanto
E a saudade chega e te rasga sem avisar.
Se tudo é transitório, por que insisto em me apegar?





9 de jul. de 2018

Renascer

Dói demais deixar ir,
desapegar,
cortar o laço,
e lidar com o vazio que fica...

Mas é sinceramente maravilhoso
ter a oportunidade de renascer das cinzas,
se abrir para as infinitas possibilidades,
recomeçar mais forte,
mais verdadeira e sincera
consigo mesmo
e com os outros
fluindo em sintonia
com o universo.

A força

Coragem mesmo é
ter força pra mostrar
o que se é,
ter força pra demonstrar
a sensibilidade
a vulnerabilidade
Coragem é ter força
pra ser frágil
pra mostrar as máscaras
de água
que caem pelos olhos.

I may find comfort here
I may find peace within the emptiness

Vazio

Vivo tentando tapar os buracos
Que existem dentro de mim
Procuro pessoas, vícios, objetos,
Vivo nessa procura sem fim...

Confronto a dor e a solidão
Sinto o vazio e a falta
Mergulho fundo na escuridão...

Desilusão

Me pego sonhando acordada
Com cenas que não aconteceram
Revivo sentimentos intensamente
Almejando o despertar.

Devo estar mesmo apegada
A delírios vividos internamente,
Mas os desejos que incendeiam
Logo devem se apagar.


9 de jan. de 2018

Renovação

Aqueles quatro dias parecem agora que foram apenas um sonho...
Enquanto eu o vivia, percebia-me aflita pelo sofrimento antecipado de imaginar os outros dias que não seriam mais como aqueles. Acho que o desejo e a paixão têm mesmo destas de, quando são experimentados por nós, humanos, nos encontramos numa situação de que quando não os temos, ficamos sedentos por ter o bem-estar causado por estas coisas, porém, quando as temos, ficamos desesperados com o medo de perdê-las. Fico pensando no vazio que sinto agora. A distância abrupta desperta certos sentimentos estranhos de compreender. O vazio que fica, a energia que não é depositada no outro, o amor que fica retido.
Respiro fundo e bem no âmago de meu ser, tento conviver com este vazio. Devo admitir, não é fácil. Muitas vezes me pego pensando em coisas com as quais eu gastaria minha energia, coisas que às vezes parecem me preencher, ou nutrir, ou então que apenas dão a impressão de estarem me deixando mais completa.
Tento evitar as tais reações extremistas, embora no meu automático seja bem fácil, para não dizer conveniente, inevitavelmente cair nelas.
Aqui, com minha própria energia só para mim, vejo-me tendo que pensar em formas de gastá-la.
O vazio que se instala me assusta. Pergunto-me como é o seu vazio. Pergunto-me o que compreender do seu silêncio.
É aí que percebo a ilusão em que venho estado mergulhada.
A ilusão de que este vazio que me aflige está sendo causado por sua ausência.
Como se, de alguma forma, você tivesse sido capaz de estar preenchendo uma parte daquele vazio, de forma a torná-lo mais suportável.
É neste momento que eu me lembro do passado...
Aquele que foi embora e levou consigo um pedaço de mim.
Aquele que me proporcionou viver o sentimento de perda.
E me deixou com o aprendizado de tentar conviver com o vazio.
De forma a entregar-me a ele, abraçá-lo, considerá-lo como parte de mim.
Mas eu já vivi isso antes. Já estive tão cega que deixei-me ser levada pela ilusão.
Não me permitirei viver isso novamente.
Desta vez eu sei que estou diferente.
Agora, com sua ausência, distancio-lhe de mim. Fecho o elo.
Estou determinada a sentir a dor do afastamento.
Estou determinada a me respeitar e aceito apenas coisas que me fazem bem.