Te amei como se amam
As coisas que não se tocam:
Com olhares que não se cruzam
Por medo de seu encontro;
Com dedos trêmulos, carregados
De desejos que tentei sufocar;
Com silêncios que gritam tudo
Que eu ousei calar.
Te esperei sem relógio,
Sem cobranças, sem promessas,
Sem garantias...
Na esperança ilusória de que
Um dia viveríamos o impossível.
Te esperei mesmo sabendo
Que seus muros são impenetráveis,
E que teria que me contentar
Em apenas admirá-lo, daqui de longe...