3 de nov. de 2016

Desenrolo-me de mil emaranhados
E como um pássaro que se permite voar novamente
Ponho-me a voar.

Em volta dos restos, me reconstruo
Ergo novamente, cada muro.
Permito-me viver.


30 de jun. de 2016

E foi

Tudo o que passou. Dois anos. Parece um sonho.
Será que foi apenas um sonho?
Agora tudo parece um pesadelo.
Lágrimas de tristeza e raiva escorrem de meus olhos.
Sinto aos poucos meu coração rasgando,
É difícil ainda acreditar que tudo mudou tão repentinamente.
Está ficando cada vez mais profunda, a ferida.
Não dá pra voltar atrás.
Eu mal consigo acreditar nisso tudo.
Eu só não consigo.

9 de mai. de 2016

Vazio

Os tijolos do muro que construímos
Estão despencando com os terremotos

Não tem mais jeito.

Aos poucos me acostumo com sua ausência
Descolo você do meu eu.

O espaço aqui fica vazio.
Está tudo bem.
Já estive aqui antes.
Já estive bem menos forte do que sou hoje.

Angústia

Não sei o que sinto,
Mas eu deveria saber
Ou deveria sentir?

Não sei o que sinto,
Mas estas mãos apertadas
Em volta da minha garganta
Vão me fazer sufocar!

Não sei o que sinto,
Mas estou presa num labirinto
Com minhas mãos atadas
Eu mal consigo respirar...!

Não sei o que sinto,
Mas parece que estou caindo...

Para apenas ser

A vida inteira fui assim:
Me doei demais, esperei demais,
Almejei demais ser capaz
De esconder o que sinto,
De ignorar a minha sombra.

Passei tempo demais negando
Em mim, a existência de imperfeições,
A existência de feridas inflamadas
Que só doem quando são tocadas.

Me esforcei demais para ser forte -
Neguei sentimentos, julguei a mim por sentir,
Quando na verdade, tudo o que eu precisava
Era deixar fluir, para apenas ser.

Nó-sem-fim

Conectei o desconexo
Religando os nós-sem-fim
Quando, num piscar de olhos,
Flutuei ao universo
E encontrei tais nós em mim.

Confusion

Se nem eu mesma me entendo,
Como posso esperar que os outros o façam?
Ideias caóticas em minha mente,
Ruas estreitas que levam a lugar nenhum,
Quanto mais penso, mais perguntas me veem...

Será que um dia serei o que sempre quis ser?
Mas já quis ser tanta gente, e fui
E muitas vezes ainda não sei responder:
Quem sou eu...?

E todas as partes de mim que nego ser,
São essas que sempre voltam.
Por medo de ser o que nego existir, acabo sendo
É um ponto cego, são padrões que se repetem
Até que você seja capaz de transgredir.

WE'RE
 
           SPIRALLING...

7 de abr. de 2016

Aperto

Sinto um aperto em minha garganta, um específico mal-estar que toma conta de meu corpo. Esses sintomas devem significar algo... Não dá pra desconsiderar essa ideia depois daquelas aulas de psicopatologia. Os sintomas sempre têm um significado simbólico. Sinto meu estômago sendo comprimindo. Existe algo aqui dentro, algo querendo ser visto. Por algum motivo, esse “algo” está sendo difícil para mim. Por algum motivo, ele tem que se mostrar em meu corpo, como mãos invisíveis que me sufocam e me desesperam.
Tento manter a calma. Não é sempre que temos alguém disponível para cuidar da gente. Às vezes temos que nos virar sozinhos. Secretamente peço ajuda, como uma vozinha que sussurra no além. Ninguém escuta. Tá tudo bem, tô cansada de tanto drama. O drama só faz tudo parecer pior e mais difícil.
Tento engolir minha saliva, sinto minha garganta apertada. De repente comecei a ouvir alguém respirando bem alto. De onde tá vindo isso??????/
É, nem sempre saberemos da resposta para toda dúvida que surgir na nossa cabeça. Talvez eu tenha ouvido algo, mas por que percebi esse som como o som de uma pessoa respirando intensamente?
Acabei de lembrar que minha irmã reclamou pra mim outro dia que estava ouvindo gemidos dos vizinhos “fazendo amor” durante a madrugada
No fim era tudo lombra

Acho que eu devia dormir depois dessa
Fim