28 de abr. de 2010

It used to be me

Tudo que ele precisa é tudo o que eu fui, e tudo o que ela precisa é de tudo o que eu vi. Tudo o que eles precisam é de qualquer coisa que eu toquei, e tudo o que você precisa é tudo o que eu amei. Tudo o que eu ouvi tudo o que eu amei, tudo o que eu tentei tudo o que eu mantive. Tudo o que eu senti, tudo o que eu perdi. Tudo o que eu chorei, até que todos os meus gritos com meus dentres opressivos, lutando para achar uma palavra que eu possa manter. Qualquer tipo de verdade, qualquer tipo de esperança, oh, apenas uma palavra que não me asfixie. Mas eu continuo dizendo que eu irei, e não vou. Eu continuo dizendo que farei e não faço. Eu continuo dizendo o que sinto, mas não há nada para sentir. Tudo o que ele precisa de mim é tudo o que eu sempre perdi. Tudo o que ela precisa de mim é tudo o que eu sempre beijei. Qualquer coisa que eu tenha cantado, sim e tudo o que você precisa de mim é tudo o que eu sempre disse. Tudo o que eu sempre aceitei, tudo o que eu sempre fiz, tudo o que eu sempre acreditei, tudo o que eu sempre toquei, tudo o que eu sempre amei, tudo o que eu sempre pensei, tudo o que eu sempre sonhei. Oh, apenas uma única palavra que não me faça adoecer! E eu continuo dizendo que eu irei, mas não vou. Eu continuo dizendo que eu farei, mas não faço. E eu continuo dizendo o que eu sinto, mas não há nada para sentir. Apenas este estranho nada que se acostumou comigo. Qualquer coisa e tudo, tudo o que você precisa é de liberdade. Qualquer coisa e tudo, tudo o que você precisa é de mim. É de mim. É de mim.

26 de abr. de 2010

World In My Eyes

Andava pela rua, perto de minha casa. Era noite e o vento passava por entre mim e as árvores, refrescando-nos. No céu, a Lua cumpria bem o seu papel. Iluminava tudo e a todos que podia. A noite estava bem agradável e junto a lua, as nuvens estavam. Não havia muito movimento, mas as pessoas que passavam por mim, sempre me olhavam, como se eu fosse incomum, ou tivesse algo de estranho ou especial em mim. Aposto que era algo estranho.. Pude notar a presença de um lindo felino, de cor alaranjada, que se apoiava com suas patinhas dianteiras esticadas, tocando o chão. Lembrava-me de já ter visto um gato meu nessa mesma posição. Notei também, que seu inseparável irmãozinho não estava lá com ele. Pensei na razão, mas nada venho em minha mente. O gatinho observava atentamente algo que voava rapidamente em movimentos circulares, em volta de uma árvore de porte médio. Parei para observar a sua observação. As pessoas passavam por mim, e não entendiam porque eu estava lá, no meio da rua, parada. Ninguém além de mim parecia notar a existência daquele ser adorável, no meio-fio. Ninguém havia parado para vê-lo também. Ninguém parecia se importar com o fato dele estar ali. Era um morcego, daqueles que só comem frutas, que voava e voava em incansáveis círculos em torno da árvore. Nem eu, e nem o gato entediamos a razão dele estar fazendo aquilo, mas também não o impedíamos de fazer. Ficávamos assistindo, que nem bobos, sem razão alguma, aquele ser. O gato, provavelmente tinha interesses diferentes de mim, pelo morcego. Deve ser por isso que ele ficou o observando tão atentamente. Depois de muito tempo rondando a árvore, o morcego finalmente foi em outra direção. Talvez assim que deva ser. Giramos, giramos, giramos em volta de algo, mas algum dia, em alguma hora, nós conseguiremos seguir em outra direção. E conseguiremos deixar aquela "árvore" para trás.

23 de abr. de 2010

Igualdades Opostas

Ela o avistou primeiramente, e foi se aproximando dele, até que ele pode perceber sua presença perto dele. Eles se abraçaram subitamente, e sem pensar, beijaram-se. Esse momento durou muito mais do que parecia, ou deveria durar. Era a primeira vez que se viam, sentindo algo igual um pelo outro. E foram conhecendo-se com o passar das horas. Às vezes, ela perguntava a ele se aquilo era mesmo real. E ele afirmava sempre positivamente, e depois a beijava, questionando a ela se assim parecia que era mesmo a realidade daquele momento. Foram encontrando coisas semelhantes entre eles, e também suas diferenças. Ele sonhava em se casar com a “mulher perfeita”, e ela só queria alguém que realmente a amasse, e a aceitasse. Ele queria mais do que ela poderia dar. Eles haviam aguardado diversos dias para aquele momento acontecer, mas era difícil acreditar na existência dele. Andavam com mãos inseparáveis dadas, sem medo do que qualquer um pudesse pensar. Pensavam que daquele dia em diante, seria tudo perfeito entre eles. Eles queriam isso. Ela queria isso. Ele tinha medo. Ela queria arriscar. Ele arriscou. Ela recuou. Ele desapareceu. Ela sofreu. Ele simplesmente não se importava tanto. Então, ela não era aquela por quem ele aguardava. Ela só queria ser amada, ser aceita. Ele só aceitava a perfeição, e ela era imperfeita. Ele era quieto demais. Ela hesitava antes de falar. Ele parecia a querer. Ela o queria. Seus batimentos cardíacos aumentavam ao pensar nele, ao escutar o nome dele. Ela sentia a falta dele. Ela queria aquele momento perfeito novamente. Essa era outra diferença entre eles: ele amava e esquecia rápido demais, ela amava e esquecia vagarosamente. Ela tinha medo de ir rápido demais. Ele apostava corrida. Ela não queria perdê-lo tão facilmente, tão rapidamente. Ele era ocupado demais. Ela perdia o fôlego em pensar que aquela havia sido a única e última vez que eles se sentiriam daquela maneira. Ele se sentia culpado em tê-la usado. Ela não superou isso bem. Ele nem lembra mais o nome dela. Ela espera que outro dia talvez possam continuar de onde pararam. Não existe essa opção, para ele.

22 de abr. de 2010

As faces da Lua

Eu o vi, eu amava você, eu corri até você. E quando cheguei lá, você já havia ido embora. Fiquei lá sentada, observando a calmaria noturna. E quando alguém passava, ficava me olhando. Deviam pensar que eu era louca. Talvez eu seja louca, mas no momento, eu era louca por ti. Foi quando olhei para o céu, e algo brilhante e esplêndido olhou para mim também. Vi que ela era muito semelhante a mim. Ela estava sozinha no céu. Às vezes era cheia, crescente, nova, gibosa, balsâmica, minguante, quarto crescente ou quarto minguante. Apesar de estar sempre sozinha, ela também estava sempre acompanhada, acompanhada pelas estrelas. Ela pode não estar visível para todos. Mas ela está sempre ali.

- But the eyes, find the eyes.

Sozinha em vão

Todos em volta de mim
Já encontraram seus pares
Mas eu vou só aos lugares,
E não sei viver assim!

Quero alguém que me ame,
Que entenda meus defeitos,
Quero alguém que em mim derrame
Versos lindos e perfeitos!

Não me contentam olhares,
Nem frases pela metade,
Nem sorrisos sem verdade.

Não procuro um passatempo,
Quero alguém com sentimentos,
Que de mim tenha saudades.

18 de abr. de 2010

Fugitiva

Então é assim que funciona. Todos ao meu redor estão felizes, menos eu. A grama do vizinho é sempre mais verde. Sempre. Ou pelo menos é assim para mim. Me sinto uma completa inútil. Ninguém precisa realmente de mim. Ninguém sente tipo, amor verdadeiro por mim. Não me refiro à amizades. E agora, com a minha solidão, tento me iludir, afirmando para mim mesma que não preciso de ninguém. E tento me conformar com apenas amizades que significam tudo para mim. Tento escrever palavras que possam definir o quão ruim é se sentir sozinha, mas ela fogem, correm de mim. Não tenho ninguém, e ninguém tem a mim. E como é triste, a vida assim! Não há felicidade explodindo dos meus sorrisos falsos. Não há fatos que me façam enxergar, onde está ela, ou onde ela poderia estar. Fico feliz em apenas pensar, que as pessoas com que eu mais me importo, conseguem sentí-la. E apreciá-la por mim. Façam isso por mim. Não deixem a felicidade escapar!

Rimance

Estou caída nem vale aberto,
Entre serras que não teem fim.
Estou caída num vale aberto:
Nunca ninguém passará perto,
Nem terá notícias de mim.
Eu sinto que não tarda a morte,
E só há por mim esta flor:
Eu sinto que não tarda a morte
E não sei com é que suporte
Tanta solidão sem pavor.
E sofro mais ouvindo um rio
Que ao longe canta pelo chão,
Que deve ser límpido e frio,
Mas sem dó nem recordação,
Como a voz cujo murmúrio
Morrerá com o meu coração.
- Cecília Meireles.

Impermanência

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor,
Na tristeza,
Na dúvida,
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas,
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Não sejas o de hoje

Não suspires por ontens...
Não queira ser o de amanhã,
Faze-te sem limites no tempo
Vê a tua vida em todas as origens,
Em todas as existências,
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a sua passagem,
Ela prossegue:
É a passagem que se continua,
É a tua eternidade,
És tu.

Não queiras ter Pátria.

Não dividas a terra,
Não dividas o céu.
Não arranque pedaços ao mar.
Não queiras ter
Nasce bem alto.
Que as coisas todas são tuas,
Que alcançará todos os horizontes,
Que o teu olhar, estando em toda parte.
Te ponhas em tudo.

- Cecília Meireles.

8 de abr. de 2010

Lágrimas Ocultas

É normal isso. Sentir saudades. Acho que eu estava apenas com raiva, magoada. Mas a verdade é que sinto falta. Falta de me sentir tão bem ao lado de alguém. Mas, agora não há ninguém. Às vezes temos que nos contentar apenas com nós mesmos. Achei que melhor que não sentir nada, é ficar com raiva de você. Assim, eu jamais pensaria em voltar a pensar em ti novamente. Porém, penso que de nada adianta ficar com raiva. Assim, você sempre se lembrará dele, mesmo que seja por causa da raiva. O melhor é reconhecer os seus erros, os erros dele, aceitar e continuar. Há tantas pessoas novas entrando em sua nova vida. Sua vida sem ela. A eterna inimiga que não significa mais nada para mim. Não adianta fingir que está tudo bem, sempre. É lógico que ninguém consegue estar bem o tempo inteiro. O importante é reconhecer, e fazer o possível para mudar.

" E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive..."

4 de abr. de 2010

O desejo de salvação

''Podemos nem sempre reconhecê-lo tão claramente, porém ele existe em todas nós, emergindo quando menos se espera, permeando nossos sonhos, abafando nossas ambições. É possível que o desejo feminino de ser salva tenha suas raízes nos primórdios da história, quando a força física masculina era necessária para proteger mulheres e crianças dos perigos naturais. Mas tal desejo não é mais adequado nem construtivo. Nós não necessitamos ser salvas.
As mulheres hoje se acham entre o fogo cruzado de velhas e radicalmente novas idéias sociais; a verdade porém é que não podemos mais refugiar-nos no antigo ''papel''. Ele não é funcional, nem uma opção verdadeira. Podemos crer que o seja; podemos desejar que o seja; mas não é. O príncipe encantado desapareceu. O homem das cavernas é hoje menor e mais fraco. Na realidade, em termos do que se requer para a sobrevivência no mundo moderno, ele não é mais forte, mais inteligente ou mais corajoso do que nós.
Todavia, ele realmente tem mais experiência.''

- Trecho tirado do livro ''Por que os homens mentem e as mulheres choram?''.

Um dia nublado

Agora, descanso minha mente hiperlotada por suposições, aceito o passado inexistente e deixo a chuva encarregada de levar as lágrimas perdidas e as memórias para longe daqui, junto à ela. Mergulho em milhares de gotas carregadas e sinto que sou mais forte do que elas. Sei que sou mais forte do que o ódio, a dor. Tenho plena consciência de que, apesar de tudo, somos iguais. Somos seres humanos orgulhosos, egoístas, que de vez em quando erram e outras vezes acertam. Somos perfeitos com nossa imperfeição.
Somos a chuva: contínua, forte e constante, que consegue ultrapassar qualquer obstáculo. Sempre seguindo a correnteza. E faz questão de molhar tudo por onde passa, deixando rastros por todo o caminho percorrido. Às vezes, a chuva por ser forte demais, ou talvez somente um chuvisco, mas contanto que chova, não tem importância. Pois, com a chuva é assim: ela carrega todos os vulneráveis e se junta aos invulneráveis. A chuva são lágrimas formadas que se aglomeram até o possível e depois, quando não dá mais para segurar, caem. Caem até quando não houver mais gota nenhuma.

2 de abr. de 2010

Sad But True

Achei que era ruim isso, de não gostar de ninguém. Maldita ignorância. É ótimo, maravilhoso. Não sofrer por ninguém, não criar expectativas falsas, não fantasiar, não ''morrer''. E ainda como consolo, melhor ainda é ver que você está na merda e eu não, mais. Antes estávamos quites. A diferença era que eu te via na merda, e queria te ajudar a sair de lá. Sei lá, quem sabe eu seria a salvação. Salvo engano. Não sou a salvação. Você não tem salvação. E você só está na merda porque é somente isso o que você consegue. É o melhor que você consegue fazer. A culpa é somente sua. E tudo que restou em mim é pena de você. Somente pena, sinto pena de você. ♥