4 de abr. de 2010

Um dia nublado

Agora, descanso minha mente hiperlotada por suposições, aceito o passado inexistente e deixo a chuva encarregada de levar as lágrimas perdidas e as memórias para longe daqui, junto à ela. Mergulho em milhares de gotas carregadas e sinto que sou mais forte do que elas. Sei que sou mais forte do que o ódio, a dor. Tenho plena consciência de que, apesar de tudo, somos iguais. Somos seres humanos orgulhosos, egoístas, que de vez em quando erram e outras vezes acertam. Somos perfeitos com nossa imperfeição.
Somos a chuva: contínua, forte e constante, que consegue ultrapassar qualquer obstáculo. Sempre seguindo a correnteza. E faz questão de molhar tudo por onde passa, deixando rastros por todo o caminho percorrido. Às vezes, a chuva por ser forte demais, ou talvez somente um chuvisco, mas contanto que chova, não tem importância. Pois, com a chuva é assim: ela carrega todos os vulneráveis e se junta aos invulneráveis. A chuva são lágrimas formadas que se aglomeram até o possível e depois, quando não dá mais para segurar, caem. Caem até quando não houver mais gota nenhuma.

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