7 de nov. de 2023

roda da fortuna - fluir

 

Tudo que está vivo se move
Lembre-se de respirar
Enquanto a roda gira
Permita-se transformar

Tudo que é livre me envolve
Cuidado pra não delirar
Enquanto a vida te consome
E você, parado no mesmo lugar

É no mergulho que se descobre
Fragmentos de retalhos
Pessoas que já fui, sou e serei -
Aqui dentro têm seu lugar.

As correntes se dissolvem
Não podem mais conter
A inconstância do sentir
A impermanência do viver

Existir nesse aqui e agora.

6 de nov. de 2023

3 of swords - storms

3 stakes in my heart

Wonder what will be this time

Tears pour down my face

Un con tro lla bly

I feel so excited and scared

So much to feel

So much to   l e t    g o

The fear wanna paralize

But I"ll go, anyway


Something's burning in my heart

Can't tell if is good or bad

At least I know I'm still alive

Visceral feelings

So much to feel

So much to process

Drowning in my inner storms

Looking for balance








1 de ago. de 2023

Sentir

Sinto um aperto no estômago que sobe pro peito, chega na garganta, e se derrama pelos meus olhos. Muitas vezes faltam palavras pra definir o que sinto. Muitas vezes, quando sinto, parece que sou tomade por uma onda daquelas que vem de mares agitados, daquelas que chegam na sua imensa intensidade, derrubando o que estiver na frente. Acontece que eu sinto muito, muito mesmo. E esse sentir me desperta grande estranheza, pois muitas vezes parece que eu sinto demais. Num mundo onde o sentir é tão regrado e oprimido, faz sentido que o sentir demais seja posto nesse lugar de excessos. O problema sou eu, que sinto demais, ou vocês que sentem de menos? O problema é sentir? E se eu não sei o que sinto, como sinto, em que lugares de mim eu sinto, será mesmo que eu me conheço? 


Fechar os olhos pra sentir melhor

Eu sei que você despertou em mim coisas que eu não sabia mais que conseguia sentir, mas o que ressurgiu é meu, não seu. Sim, eu estou te olhando diferente, mas não é estranho, só é diferente. Tudo está mudando a todo instante, inclusive eu. Você me fez sentir o desejo que eu tanto precisava sentir e por isso te agradeço. Mas agora eu percebo que você também me fez sentir que eu não posso me expressar, que meus sentimentos por você são errados, que não posso ser aquilo que sempre busco ser nas minhas relações: eu mesme. Eu acreditei em você. Eu quis matar os sentimentos dentro de mim, eu senti raiva de mim por gostar de você. Isso fez com que eu agisse desrespeitando a mim mesme... na tentativa de não permitir que você tivesse controle sobre mim. Nesse ponto você já tinha o controle... E eu estava lá, confundindo limites com auto proibições, ferindo a mim mesme e me permitindo ser feride. Me vi num lugar semelhante a onde estive quando tinha 16 anos - de me sentir tão vazia e sem nada pra oferecer, que me nutria de migalhas afetivas pois era o que eu achava que merecia receber. Eu fiquei muito tempo prese nessa relação que era praticamente inexistente, com uma pessoa que me maltratava e me fazia acessar partes terríveis dentro de mim que se permitiam ser maltratadas. Me senti muito triste ao entrar em contato com essa parte de mim, me senti na obrigação de acolhê-la e dar pra elu o que elu precisasse. Respeito azul.

Agora eu compreendo melhor que meus sentimentos não são o problema, e muito menos eu.

27 de mar. de 2023

Eu estou indo contra a correnteza. Tento avançar mas as águas me puxam pra trás. Aqui, nesse lugar, o esforço é descomunal. Me sinto cansade... manter a negação consome muita energia. As coisas precisam mudar e a gente precisa de tempo e espaço pra mudar.... mas eu tentei fingir que não.

Aqui, nesse lugar, me sinto muito só... 

Na solidão, me deparo com meus vazios.

Por que o vazio fica tão intenso quando estou sozinhe?


9 de mar. de 2023

Medo

 Eu estou com muito medo de deixar esse lugar.... de oficializar essa realidade em que eu e você passamos a atualizar nossa conexão. Eu preciso que nossa relação seja transmutada. Eu quero poder ouvir minhas necessidades e torná-las minhas prioridades. Eu quero poder gastar minha energia comigo mesme mais do que eu gasto com outras coisas.... Ao mesmo tempo, a ideia de novamente estar de face a face com a minha solidão, me dá uma sensação de querer evitar essa condição. Me entristece perceber que ainda estou me fugindo desse confronto interno, depois de tanto tempo trabalhando nessa minha relação comigo mesme.... Eu sei, nunca voltamos ao mesmo lugar, mas de alguma forma me vi nesse caminho cíclico que ainda que eu lute com muita dedicação, basta eu me distrair para retornar aos velhos padrões, aos velhos e conhecidos labirintos. 

Eu sinto que fisicamente não suporto mais guardar isso dentro de mim.... Com o tempo foi ficando cada vez mais impossível me fazer aguentar situações onde me anulo em silêncio, como se parte de mim não aceitasse mais que cheguem nesse determinado limite. Não é para eu aguentar estar aqui. Eu preciso desejar estar aqui. Eu preciso sentir que você também quer estar aqui, que não é apenas mero conforto que nos mantém vinculados. 

Me sinto prese em cordas que eu mesme amarrei. Como se cada vez mais estivesse sufocando nos fios que me mantém bonsai, quando eu poderia ser gigantesca árvore.... 

Aqui, agora, respiro fundo e me mantenho presente, para que eu possa aproveitar cada momento com consciência de que eu escolhi estar aqui e que traço meu próprio caminho em direção ao que mais faz sentido.


8 de mar. de 2023

A Torre

 É muito difícil escolher as palavras que consigam demonstrar o que está acontecendo dentro de mim. Me sinto vivendo em conflitos internos, como se existissem partes de mim batalhando: partes que não aguentam mais a situação em que me encontro e partes que querem manter tudo como está. Estou vivendo o famoso manter ou mudar. Sinto como se partes de mim estivessem anestesiadas, para que eu não sinta tanto o incômodo, para que eu não entre em contato com a dor, para que eu me mantenha aqui. Essa parte me remete muito a pessoas que fui no passado e a cicatrizes que aqui restaram. Me manter aqui é escolher esse lugar pequeno, onde eu tenho que ser pequene também. Me manter aqui é escolher resistir, escolher a fixação em vez da fluidez. Me manter aqui é escolher o não-movimento, a não-vida. Sei que existem essas partes aqui que estão muito confusas, que estão com muito medo, que sentem medo de sentir a dor e gastam uma energia absurda para tentar conter o movimento da vida, as mudanças. 

Eu só não consigo mais fingir que a torre não caiu e que tudo já não está mudando. 



2 de mar. de 2023

Entre a vida e a morte

Eu me senti muito triste quando percebi que sinto muita falta de me sentir desejada e de desejar intensamente. Eu tenho muito medo de pensar que não faz mais sentido eu estar aqui. Evito esse pensamento como uma tentativa de me manter aqui. Mas queria entender melhor o que é que eu tanto ganho ficando aqui.... Sinto que estou cansada de me colocar nesse lugar tão pequeno. Sinto que eu preciso de muito mais espaço. Sinto que eu ocupo muito mais espaço. Sinto que tudo poderia estar mais dinâmico, tudo poderia estar se expandindo. Mas tá tudo aqui, preso nessa gaiola que você mesme se fechou. É isso o que mais dói: como você pode achar que está ganhando algo, quando você tem que se diminuir pra conseguir isso? Será que isso é realmente um ganho? 
As fichas vão caindo... e as lágrimas se derramando. Entro em contato com muita coisa que estava aqui adormecida, as cobras da mudança estavam esperando por esse momento: o despertar. A pedra, então, começa a se mover e a roda da vida torna a girar. Eu sinto o medo da mudança, sinto o movimento e as possibilidades. Esse medo vale mais a pena do que o medo que paraliza, o medo que quer "manter tudo" às custas da própria vida. Eu me sinto vive enquanto estou me movendo.

Navegando em mim

É interessante observar os caminhos que nossa própria mente faz. Uma parte de mim, mascarada, me distrai para que eu não veja certas coisas - coisas estas que, não por acaso, machucam e machucam muito. Eu me vi tentando caber num lugar pequeno demais para mim, um lugar que não tem a capacidade de me conter. Eu me vi me enganando, me fazendo acreditar em mentiras, me fazendo acreditar que eu era pequene. Eu fui me diminuindo para me manter aqui com você, pra me manter distante do meu maior potencial. Eu tenho medo de saber como eu posso ser grande e como posso brilhar. Eu tenho medo de ser tão grande que não faria sentido eu estar aqui, nesse lugar tão pequeno. Então eu me inferiorizo. Porque se eu me convencer de que aqui é meu lugar, não preciso aceitar o fardo que é o sucesso, não preciso me responsabilizar e nem me assumir. Eu me senti me desvelando, como se fosse de um ponto chegando a muitos outros que de alguma forma se ligam num grande labirinto. Mas só depois de tanto tempo perdide é que posso sentir que estou me encontrando. Sinto que vou, pouco a pouco, linha por linha, desvendando meus mistérios, minhas crenças, as coisas que me movem e as que me paralizam. Assim, me sinto menos como uma folha sendo levada pela correnteza, me sinto guiando meus próprios navios, com a minha própria força e intensidade.


16 de fev. de 2023

Sentir

Às vezes sinto como se meus sentimentos fossem me engolir completamente.... me afogo em minhas próprias tempestades. Hoje me perguntaram se eu era uma pessoa mais da ação, do pensamento ou do sentimento. Confesso que tive que parar um pouco para refletir pois consigo me perceber em todos as 3 categorias.... Antigamente eu era mais ação, depois passei a ser muito pensamento.... agora eu sei que sou mais dos sentimentos. Muitas vezes sinto que não tenho controle nenhum sobre eles, mas acho que os sentimentos são assim mesmo... simplesmente não tem como controlar, e quanto mais tentamos, mais incontroláveis eles se tornam. Acho que só sei sentir demais.
Eu me lembro quando eu não queria sentir, lembro que eu fazia um esforço ativo de cortar esse processo. Eu achava que iria enlouquecer se adentrasse meus sentimentos, achava que eu ia me perder lá dentro. Hoje em dia pelo menos eu me permito. Deixo que as lágrimas caiam, que elas limpem meu interior e possam sair, com tudo o que eu não quero mais que esteja junto a mim. O bom de se permitir sentir é que eventualmente passa. E aí você só respira fundo e faz algo com essa nova informação que você tem sobre você mesme. Só depois de sentir que podemos saber o que fazer. Respirar, para não atropelar seus processos. 

Recomeços

Faz tempo que não passo por aqui. Acho que eu fiquei bloqueade. Em certo momento, tudo que eu tentava escrever parecia desagradável, eu não conseguia escolher palavras que me satisfizessem.... Palavras que pudessem expressar o que se passava dentro de mim. Muitas vezes revisitei esse blog, sempre fico muito surpreendide quando vejo as tantas pessoas que já fui... E quanta intensidade existiu e ainda existe aqui dentro. O drama faz tudo parecer tão maior, né? Acho que encontrei na escrita uma forma de despejar o tsunami de sentimentos que me atravessavam. Eu gostava de me ler, de me ouvir, de expressar. Mas em certo momento eu não conseguia mais escrever e de alguma forma encontrei outras maneiras de transbordar - o tal do ajustamento criativo. A música sempre me ajudou muito a acessar sentimentos.... De repente vi meus dedos criando e reproduzindo formas geométricas que pareciam ser uma tentativa desesperada de organizar algo que muito estava desorganizado. Com as mandalas eu acessei uma parte minha que conseguia estar muito concentrada, muito atenta, muito presente. Eu gostava tanto de permitir que a caneta guiasse meus dedos, que fôssemos criando formas, linhas, espaços. Gostava da sensação de preencher uma folha completamente, cada mínimo espaço podia ter um elemento que o preenchesse. As mandalas me fizeram perceber que eu posso sim me conectar aos detalhes, que posso transformar um "erro" em apenas mais um elemento que compõe uma grande figura. Tá tudo bem se não tiver reto o suficiente, tá tudo bem se essa linha saiu de um jeito que não foi o que você esperava. Tá tudo bem se o desenho que você planejou se tornou algo completamente diferente. Abraçar o inesperado, deixar fluir, abrir mão do controle. Essa temática continua aqui dentro de mim. Realmente acho que vim nessa vida com facilidade a me apegar, também por isso que vim pra aprender a soltar, a terminar, a deixar morrer.

Faz tanto tempo que não venho aqui, que até tinha esquecido qual é a minha voz... e ainda não sei bem como ela é, mas sei agora que estou disposte a descobrir, sei agora que eu quero te ouvir.