8 de mar. de 2023

A Torre

 É muito difícil escolher as palavras que consigam demonstrar o que está acontecendo dentro de mim. Me sinto vivendo em conflitos internos, como se existissem partes de mim batalhando: partes que não aguentam mais a situação em que me encontro e partes que querem manter tudo como está. Estou vivendo o famoso manter ou mudar. Sinto como se partes de mim estivessem anestesiadas, para que eu não sinta tanto o incômodo, para que eu não entre em contato com a dor, para que eu me mantenha aqui. Essa parte me remete muito a pessoas que fui no passado e a cicatrizes que aqui restaram. Me manter aqui é escolher esse lugar pequeno, onde eu tenho que ser pequene também. Me manter aqui é escolher resistir, escolher a fixação em vez da fluidez. Me manter aqui é escolher o não-movimento, a não-vida. Sei que existem essas partes aqui que estão muito confusas, que estão com muito medo, que sentem medo de sentir a dor e gastam uma energia absurda para tentar conter o movimento da vida, as mudanças. 

Eu só não consigo mais fingir que a torre não caiu e que tudo já não está mudando. 



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