20 de mai. de 2013

Vitalidade ausente

Agora, com um sorriso nos lábios, eu digo que, tentando incessantemente fazer com que você se encontrasse, acabei me perdendo. Eu sorrio para me forçar a aguentar, sorrio como tentativa de sobreviver. Sinto-me como um morto-vivo: um cadáver ambulante - com pulmões que não mais conseguem respirar; coração que não mais consegue manter a vida, que não é mais capaz de bombear o sangue. Sangue...! E o sangue, aonde é que foi parar? O sangue, também o perdi. Permiti que ele de mim fosse sugado, permiti que tirassem de mim o que me mantinha vida. Perdi a minha vitalidade. Foi este vampiro que apareceu, abriu meus olhos e me sugou o sangue - até que não houvesse mais nenhuma gota de mim. E agora, o que sou? Sou nada, sou ninguém, não existo mais. Sou pó, sou o sentimento sem vida, o corpo que tenta resistir o seu fim. Sou o vazio que tentei preencher. Dei tanto do que eu tinha, que acabei virando resíduo. Eu dei tanto... e ainda não foi o suficiente. Sou quem nega a vida, pois não consigo mais viver. Sou quem nega o amor, pois não consigo mais amar. E quem me matou? O limite, em todos os seus aspectos. O limite limitou-me à não-vida, e ela é a última coisa que me resta.

2 comentários:

  1. Você escreve tão bem que me fez sentir na pele dessa viva-morta, paulatinamente perdendo sangue e vitalidade para alguém que suga mais do que ela pode dar.
    Você é linda, é poeta, e poetas não podem sofrer.
    Te amo.

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  2. Existe poesia sem sofrimento...? Te amo <3

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