5 de mar. de 2014

Desestagnação

Entre quatro paredes fechei-me. Por vezes tentaram me arrancar de lá, puxando-me por meus cabelos. Os cabelos eu cortei. Às vezes me invadia essa ideia de sair: "talvez quem sabe agora seria bom". Mas eu sempre volto pra cá - pra essas quatro paredes frias que se encolhem cada vez mais. De vez em quando aparece uma outra pessoa, também entre quatro paredes. Tentamos juntar nossas paredes, ou pelo menos eu tento. Tento pular o vão que existe entre nós: eu caio. E toda vez que caio, me pergunto: "Qual é o meu problema? Por que eu não escolhi apenas ficar no mesmo lugar de sempre?" É a minha natureza, preciso arriscar, preciso tentar. Não me contenta apenas ficar no mesmo lugar, protegida, pois isso só não me basta. E toda vez que caio, fico mais forte. A gente só conhece a nossa força quando precisamos ser fortes. E não me resta nada além de esperar. Não é pedir demais querer ser mais do que um alimento pro ego alheio. Não é pedir demais querer alguém que sinta-se bem com o seu afeto, e que saiba corresponder. Então não venha, nem se aproxime demais, porque o que você quer nem ao menos te satisfaz.

"O certo é algo próximo que é, ao mesmo tempo, necessário e possível sem despender muito esforço."

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