21 de fev. de 2011

Intrínseco

Aqueles medos que sempre acabavam me atingindo... O escuro, pois estar na escuridão é sinônimo de não conseguir enxergar e, não podendo enxergar, fico consideravelmente mais dependente dos outros, o que resultaria na perda da minha liberdade, e perdendo ela, eu estaria perdendo a mim mesma. Perder a visão, pois se eu não puder enxergar, não conseguiria acreditar em algo, tendo assim que me conformar em viver baseando-me em suposições e incertezas. Dependência, porque dependendo de outras pessoas, eu teria que esperar, e esperar é viver na ansiedade e sentir-me humilhada por não ser capaz de agir independentemente e de fazer as coisas da forma que eu escolher. Perda de liberdade, pois eu não teria livre-arbítrio e teria que seguir as regras e ordens impostas, resultando num sufoco que eu ainda não sei lidar com. 
E eu, mesmo temendo o escuro, preciso dele para manter o equilíbrio dentro de mim. Eu, ainda com medo de perder a visão, entendo que isso é algo necessário para evitar que vejamos coisas demais, coisas pelas quais não estamos preparados ainda para encarar. Eu, apavorada com a idéia de ser dependente, ainda acho importante saber que existem pessoas que se importam contigo e que merecem o mesmo de você. Eu, que tanto temo a perda de liberdade, acho que às vezes não sabemos o que é certo para nós e que existem pessoas e ocasiões aonde ainda valem à pena você abrir mão dela.

(Procuramos tão desesperadamente por algo em comum e, depois de um tempo, nos repudiamos por tê-las encontrado.)
- Nó sem fim - tudo está interligado.

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