9 de mai. de 2011

Laços partidos

A garganta arde de tanto gritar, mas ela não emitiu nenhum som.  A voz é falha, rouca, ninguém escuta. Os dentes se batem uns nos outros. Tanta coisa presa, tanta emoção contida, tantos sentimentos evitados, tantas reações seguradas. Algo a impede de respirar normalmente. Algo impede que as coisas sigam o seu rumo natural. Há muita, muita raiva. Raiva que mata. Os ouvidos não escutam direito. Os olhos queimam, imploram para se fecharem. Eles não querem ver mais nada. Cansou de ouvir, cansou de se conter. Ela está quieta demais pra quem suporta tanto. Ela aguenta, aguenta, aguenta. E quando não dá mais, tudo isso transborda.  Ela está quieta demais para um vulcão em erupção.  Tudo o que ela mais queria era um pouco de paz. Implorava por um silêncio, uma luz, algo que mostrasse a ela que tudo ia ficar bem. A cabeça dela dói, mas nada a incomoda tanto quanto estar presa nesse labirinto enigmático. Machuca. Corta. Rasga. Nos abandona inteiramente em pedaços...

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