16 de nov. de 2011

Realidade imaginária

Se eu fechar meus olhos neste instante, talvez jamais consiga abrí-los novamente...

À luz de velas, um momento especial acontecia entre nós; meus braços ao redor de teu corpo seguravam-lhe como se jamais fossem o soltar. Pudera eu conter-te e convencer-te de passar o sempre ao meu lado, contentar-se apenas comigo. Mas eu daria, se eu pudesse... daria a ti tudo o que quiseres tirar e arrancar de mim, daria a minha vida, a minha morte, pois tu és a minha luz, a minha sorte.
Uma luz iluminava e aquecia nossos rostos. Eu estava presa em teus braços e acorrentada  a teu corpo. Estava tudo o melhor possível. Eu tinha certeza de que mais nada valia a minha prezada liberdade, uma vez que só me encontrei, quando perdida em você. Tudo aquilo valia à pena. A sensação era de um mundo que havia sido congelado a partir do momento em que gravei a sua imagem, a sua voz, o seu toque, o seu perfume, em todas as partes de mim. Queria poder parar o tempo, queria acabar com a impermanência e permanecer, então, daquela forma, naquele espaço de tempo, iluminada por aquela luz de vela que furtava o nosso calor para se manter acesa. 
O tempo era infinito nos momentos em que eu passava com você, porém, infinito não era suficiente para saciar meu querer. Com um sopro gelado, o breu invadiu todos os raios de luz que existiam naquelas paredes. Toquei-o com minhas mãos trêmulas; sentia meus dedos gélidos roubando instantaneamente o calor de teu corpo. Beijos transbordando com o amor retido em meu coração embriagado com sua essência. Tudo o que existia era perfeição.
Duas respirações ofegantes gradativamente se encontraram; era possível escutar os batimentos sincronizados de nossos corações. Chegava um momento em que dois seres tornavam-se apenas um, e aquela barreira intangível se rompia. Eu me questionava: se aquilo não fosse amor, então de fato eu não o conhecia.
De um instante para o outro, algo aconteceu.  O barulho do tilintar do relógio começou a aumentar até o ponto em que um alarme me despertou. Apenas um ruído foi suficiente para arrancar de mim a coisa mais preciosa e o único ser que eu havia amado verdadeiramente... Acordei, voltei a mim, e te perdi. 

- Havia sido apenas um sonho? Será mentira a minha realidade? Será um sonho a minha felicidade?

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