22 de set. de 2013

Impermanência de uma lágrima que cai

Cada lágrima deixa uma cicatriz nova em meu rosto, mas o que são cicatrizes em um corpo morto? O que são lágrimas, em um ser humano que não é mais capaz de sentir? Apenas água, sais minerais, proteínas e gordura.

Queria saber como é sentir algo que dure mais de um dia. Tudo o que me acontece, entretanto, só parece mostrar como nada nessa vida dura. E por tantas vezes eu insisto em me apegar; insisto a querer que se apeguem a mim. E quando encontro algo mais inconstante do que eu, fico louca! Pois, embora seja difícil admitir, quem se mostra mais inconstante, sempre terá mais poder, mais controle. E não ter controle me deixa louca. Depender dos outros me deixa louca, me deixa fraca. E pensar que sou fraca me deixa louca. 
A forma que arranjei pra sobreviver, portanto, foi oprimindo tudo isso dentro de mim. Cada lágrima que cai de meus olhos, cada nova cicatriz em meu rosto, é uma prova de que não sei lidar. Não sei lidar com a solidão, com a carência. Não sei lidar com a fraqueza. 
Mas se tem uma coisa de que sempre me esqueço é que tanto as coisas "ruins" quanto as coisas "boas" são impermanentes. Não é como se apenas as "boas" não durassem - nada foge dessa regra. "Tudo" - usado em sua forma mais abrangente - é impermanente. 

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