9 de nov. de 2010

Lucidez labiríntica

Vejo o meu passado. Eu o reconheço. Vejo por tudo o que já passei, as tantas pessoas que eu já fui. Os tantos erros que cometi. Os tantos erros que deixei que cometessem. Tantas coisas que permiti... Mas que hoje não são iguais. Reconheço quem eu fui, e quem sou agora. Você está passando pelo que passei? Respiro com a finalidade de sobreviver. Vivo, respiro, e escrevo. Então, se sentes o que senti, sabes que já não me encontro perdida nesta realidade. Palavras de desespero estampadas em sua face. Eu jamais deixaria isso transparecer tão claramente para o inimigo. E com esse intenso acúmulo de energia, precisou desabar em alguém. Na tentativa de sentir-se menos afundada nas mágoas de suas lembranças inexistentes, invadiu os arquivos intocáveis e, numa falha tentativa, quis compreender o incompreensível.  Quis reabrir um passado cicatrizado.  Estou sentada, segura, sozinha, porém, jamais desprotegida. Observo o passado labiríntico que já solucionei e continuo com a minha vida. O passado não é mais recente ou presente. E você, presa no equívoco de deixar suas memórias tornarem-se a sua realidade. Já estive lá, e alimentando-me de arrependimentos e situações irreais, vivi durante meses intermináveis. Não, não é fácil se desprender da areia movediça. Mas é sempre bom quando conseguimos.

- Maybe you should try it.

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