28 de nov. de 2010

Sob a terra

Ela andava pela rua. Implorava para que algum motorista perdesse o controle do volante e "acidentalmente" a atropelasse. Implorava para que começasse um temporal e ela você atingida por um raio. Implorava para que um avião caísse justamente em cima dela. Implorava para que um desastre natural tirasse dela aquela penosa vida. 
Afinal, viver com qual propósito? Com o propósito de sofrer? Não, sofrer não é viver. Mas se só há sofrimento, então para que viver?
Ela estava cansada da impermanência e inconstância alheia. Buscava algo visivelmente impossível de ser encontrado: algo sólido, permanente, imutável, seguro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário