8 de jul. de 2011

O Ermitão

E ela, que se dizia tão forte, tão independente...Perdida, em sua única e própria solidão. Estaria ela sozinha? Era assim que ela deveria sentir-se? Problemática, ela deve ser problemática. Não consegue viver consigo mesma, não suporta a si mesma. Não consegue viver só... Havia tempos que ela não se sentia assim, como se fosse o único ser humano da Terra. Como se você a única garota que havia sobrevivido... Mas como ela estava viva, se não conseguia conviver com a solidão? Solidão era apenas o que restava. Ela se via rodeada de pessoas, talvez fossem reais, ou talvez fosse apenas a imaginação dela tentando cobrir os espaços em branco... Ela estava parada, no meio de pessoas desconhecidas, e ela nunca havia se sentido tão só. Não havia nada, nem ninguém, apenas ela mesma. E até quando ela conseguiria viver apenas acompanhada por sua sombra? E por mais quanto tempo ela respiraria apenas o seu próprio ar? Ela vivia todos os dias esperando que quando a noite chegasse, ela não estivesse mais sozinha. Ela acordava todos os dias implorando pra não ter dormido sozinha, novamente. Mas de noite, seu quarto era invadido pelo pessimismo que gostava de se espalhar pelas paredes, e a tristeza, sua amiga inseparável, por vezes esteve ali, perambulado ao lado dela. Ela só tinha o céu. E quando ela o observava, as estrelas e a Lua preenchiam o seu coração, com tudo o que faltava nele... E era isso o que a fazia viver todos os dias: esperar por todas as noites, quando finalmente ela se sentiria viva...



Sua solidão a acompanhava, a ajudava a contar as estrelas, aquelas que a menina tanto sonhava em possuir.
A solidão leu este texto.
A solidão foi embora.
Ela achou que era sua unica amiga, e apesar disso, você contava com o conforto das indomáveis estrelas...
E depois disso a menina percebeu que tinha perdido algo.
Ela tinha perdido sua unica amiga, a unica que estava lá quando ela precisou
A menina percebeu o quanto sentia falta de sua amiga.
A menina percebeu que sem a solidão, ela não era nada.

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