14 de jul. de 2011

Silêncio da noite

E era à noite quando tudo vinha à tona. Toda noite ela sentia como se seus medos invadissem a sua casa, o seu escudo, a sua mente... Mas não precisava necessariamente ser noite para que ela ficasse com medo. O medo vinha, independentemente da hora do dia, do seu humor, independentemente do que havia acontecido naquele dia, ou naqueles dias. O medo era do escuro, da noite, das coisas que a noite trazia. Embora ela fosse uma amante da Lua, existiam coisas que a noite carregava consigo que a assustavam. Não era o brilho das estrelas, ou a luz da Lua, ou como a cidade ficava paralisada durante a noite. Eram os pensamentos que a mesma trazia para a sua cabecinha, coisas que ela evitava pensar, com um certo sucesso, durante o resto do dia. Mas não havia nada que ela pudesse fazer para fugir de seus mais terríveis temores, quando a noite marcava presença. Então, diariamente, a noite chegava, e quanto mais ela demorava pra se recolher, mais transbordava com seus pensamentos. Por volta das cinco horas da tarde, o frio noturno já invadia as ruas, as avenidas, e a todos aqueles seres que arriscavam não estar dentro de suas moradias, onde estariam quentinhos e aproveitando a refeição que os aguardava, eram atingidos pela congelante brisa. A união entre o frio e a noite formavam uma espécie de muro que impedia a entrada da alegria e de coisas boas. E ela se sentia mais vulnerável, quando o dia escurecia...



Nenhum comentário:

Postar um comentário