9 de jul. de 2012

Futurismo

Eu não me importava pelo fato de você não estar lá me acompanhando, haviam outros pontinhos brilhantes no céu que me acompanhariam durante todo o percurso. Eu não sentia a solidão ao meu lado, estava plena com apenas o brilho dos pontinhos refletindo em meus olhos - eles já não estavam úmidos e não imploravam mais por um momento que pudessem desabar. A brisa fresca e gélida do início do anoitecer passava por mim como quem não notava a minha presença, e fazia questão me mostrar isso. Eu gostava de passar pelas ruas movimentadas, cabelos ao vento, passos curtos e ligeiros que me davam a impressão de estar flutuando. Os veículos que passavam por mim pareciam estar desesperados para chegarem em suas casas e descansar de mais um exaustivo dia. Conseguia perceber a força do meu corpo, das minhas pernas que me proporcionavam a possibilidade daquela caminhada estar acontecendo, escutava o barulho do meu próprio coração lutando para manter-me viva e útil e minha respiração oxigenando todo o meu corpo. Um sorriso abria-se em meu rosto quase que involuntariamente e sim, naquele momento eu estava feliz por estar viva e ter sobrevivido por todo esse tempo. Meus olhos brilhavam! - finalmente pude sentir o que isso significava. Conseguia perceber como eu era capaz de alcançar meus objetivos, realizar meus desejos, saciar meus quereres - sentia-me forte. Acabei percebendo que realmente tenho tudo aquilo que necessito para ser feliz.  Devo estar no caminho certo para descobrir o significado de "estar viva"...

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