11 de ago. de 2012

Dúvida existencial

Pergunto-me o que os outros esperam de mim, uma vez que sinto, vejo e reajo a coisas que apenas são reais para mim. É a minha ruína, aquilo que temo - esforço-me tão desesperadamente que, como se não houvesse outra saída, eu falho. Mantenho-me presa a correntes, vozes me dizendo o que é certo ou errado, o que devo ou não fazer. Ignoro minhas próprias vontades tentando fazer parte de um corpo que não pertence a mim, tentando compreender esses pensamentos que não são meus, tentando insanamente tornar-me algo que aceitem, algo digno de pertinência. Mas essa não sou eu! Traumas, desrespeito, xingamentos - eu não sou nada disso. Eu não sou o que me levaram a fazer, não sou os atos que, quando identificada, fui quase obrigada a realizar. Não sou a escuridão que abriga o susto que tanto temo, não sou a postura que se encolhe na vontade de ser invisível, não sou a necessidade de uma atenção que resulta em malefícios, não sou a autossabotagem que tanto se faz presente. Não sou as relações triangulares, o extremismo da orgia ou da castração, não sou as vítimas nem os agressores, não sou a mão que os puxa para o chão. Eu sou eu assim: alegre, cores, cativante, a brisa leve que carrega os sorrisos, o orvalho que escorre das folhas das plantas, o perfume que atrai as belezas, sou a verdade que profere sem temer, a luz que proporciona a visão. Pode-se inferir, portanto, que talvez nem eu mesma saiba ou esteja perto de saber o que é ser, talvez eu nem seja, mas quem sabe um dia eu serei...

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