31 de ago. de 2012

Culpa crônica

Lágrimas de culpa escorrem pelo meu rosto com decepção. Uma vez que já fui vencida, não há como voltar atrás. Pessoas diferentes com defeitos complementares se encontram e, juntas, constroem o caos. Uma vez que a parceria de culpada e decepcionada é feita, começa-se o jogo. Explicações demais, fatos irreais, um dependendo constantemente do outro. E agora, culpa vira raiva, que por sua vez, vira repulsão. Sinto culpa por me sentir culpada, sinto culpa por brigar, sinto culpa por chorar, sinto culpa por causar decepção. E com a culpa, crio crônicas dores para que eu possa me enganar, para que eu já não me sinta tão mal, para continuar com essa autopiedade. Não quero mais palavras cortantes, pois já não as aguento mais. Não quero mais andar para o lado, me esforçando insanamente pra te acompanhar. Quero que seja natural, e que se for pra durar, durará. E se esperares por decepção, apenas decepção terás. Não sou mais parceira no jogo, não quero mais seguir estas regras. Já não há necessidade de procurar por explicações, pois já estou ciente de que não sou a responsável. Cada um escolhe a forma com que reagirá - se quiseres sofrer, escolha o sofrimento; se quiseres decepcionar-se, escolha a decepção. Apenas não culpe-me por sua errônea interpretação. Apenas deixe a culpa escorrer de meus olhos que a trancaram por tanto tempo... Apenas deixe-me aceitá-la, sem brigar com ela; deixe-me liberá-la, sem que hajam reservas.

- Eyes can only see what they want. 

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