14 de set. de 2012

Correnteza

Sinto minha alma oca perdendo sua força, já não sinto nada. Meus olhos voando em sua direção, meu corpo estático no chão. Não sinto nada. O vazio tomando conta do meu mundo, o vazio fazendo parte de mim. Sinto o nada. Estou no vácuo - sem cor, sem som, sem odor, mas com dor. A dor do vazio, a dor do não sentir - dói demais! E pesa demais! Cai dos meus olhos sem hesitar, sem soluçar, cai em silêncio. O barulho do desespero, o grito sem voz dentro de você. Ninguém escuta, ninguém sente, ninguém vê. Você sente, mas não sabe o que é; você chora, mas não sabe o porquê; e dói, dói sem motivos, toda hora! Gostaria de poder silenciar o inimigo, aquela voz dissimulada, a voz amargurada, rancorosa, que habita em minha mente. Gostaria de me livrar dessas correntes que me prendem - correntes de seda, macias, brilhantes, que continuam por me aprisionar. Gostaria de sentir a gélida água atravessando pelo meu corpo mais uma vez, e deixá-la levar-me consigo... Queria não sentir nada.

-What should I do? I am lost. How do you deal with that weight? My hands are getting tired. Call it a joke or a lie, call it a joke or a lie. I try, I tried.

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