5 de nov. de 2012

Móbile solto num furacão

Minha mente é um furacão devastador que destrói cada lugar por onde passa, dentro de mim. Sinto que perdi controle de mim mesma - passei a ser algo que somente age por impulsos. Gostaria de soltar as cordas que possibilitam cada movimento meu; cada gesto impensado, cada pensamento inconsequente. Me condeno pelo que penso, pois já não tenho controle. Sinto ambivalência. Por vezes orgulho-me de mim mesma, por vezes quero me agredir. Gostaria de calar a boca daqueles que falam sem pensar, paralisar aqueles que agem sem medir. Eu me calo, então, e me vejo paralisada. Sinto o sangue escorrendo de meus olhos, de meus lábios. Sangue venenoso, infectado. Sangue impregnado com lembranças, com emoções aflitivas, com visões rasgadas e sons que ensurdecem. Queria ver nada, sentir nada, ouvir nada. Eu queria o nada. Queria o branco, a tranquilidade, o silêncio - tudo aquilo que se encontra ausente em mim. Queria ter o poder de apagar o que me aflige. Gostaria de parar de fazer o que quero, uma vez que o que quero só me quer mal. Fui vencida por dedos mais fortes e ágeis que eu, mais decididos e invencíveis. Enxugo lágrimas humilhantes e inadmissíveis, imploro pela força de vontade que falta em mim. Eu quero paz.. me deixem em paz!

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