30 de out. de 2009

Desesperança

O destino ri de mim
E me prende em labirinto
Sufoco aquilo que sinto
Num pesadelo sem fim...

Dou um passo para a frente
E você recua dois
Você esconde o que sente
Escapa pela tangente
Segue a sina que se impôs...

Você quer se convencer
De que há mil armadilhas
De que existem mil perigos
De que sou bicho-papão...
Mas o seu receio é vão
Eu não sigo a sua trilha
E a dor que me esmerilha
Exilou meu coração...

Se você me beija agora
Quero esconder-me depois
Se você avança um passo
Sou eu que recuo dois
Um eterno descompasso
Traz você e o leva embora...

Eu noto o seu embaraço
E a fome que o devora
E que o deixa sem norte...
Eu temo estreitar o laço
Mas a minha fome implora
Que já que estou fadada
A entregar-me à Morte
Ao menos eu possa encontrá-la
No ardor dos seus abraços...

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