5 de out. de 2012

Alma perdida

Sempre tento me esconder, porém, por mais que eu tente, sou atingida por uma avalanche. Debaixo de toneladas de gelo, até o mais caloroso coração se gela. E mesmo gelado, preocupo-me em não passar o frio adiante. Ninguém mais faz o mesmo. Preocupo-me demais com o mundo externo e, por vezes, acabo esquecendo o que existe dentro de mim. Se por vezes me acostumo com o agradável, algo acontece e me desestabiliza. Queria saber quando é que me deixei ser tão afetada pelo mundo externo, quando é que fugi desse meu corpo. Cada dia me afastando mais de mim mesma, cheguei ao ponto de não saber mais voltar - e distante permaneci. Talvez o mesmo filme tenha que se repetir mil ou talvez milhares de vezes! Se a cada vez que sofro, me afasto mais um pouquinho, haverá o dia em que não mais existirei. Passarei a ser pó, memórias vagas que talvez nunca tenham acontecido. Passarei a ser reconhecida por coisas que quis fazer, mas não cheguei a concluir. Aquela que tanto fala e nada faz; aquela que tanto sabe e, ao mesmo tempo, nada sabe. Se nem eu mesma consigo fugir dos padrões de ação e reação automatizados, pergunto-me como é que posso esperar isso do alheio. Reclamo a meus olhos por verem demais, e às vezes, percebo como nada enxergo. Reclamo dos outros por cobrarem demais, e não percebo que a voz da cobrança habita em mim. Reclamo que certos ouvidos nada querem ouvir, quando são os meus que se recusam a escutar o que realmente é dito. Afirmo minha repulsa por discussões e brigas, uma vez que conflitos internos são tudo o que existe dentro de mim. Sufoco-me com críticas e cobro de mim mesma o perfeccionismo, uma vez que digo que não se deve esperar a perfeição de nada. Reclamo dos outros por coisas que não faço. Como é que fui chegar aqui...? Se ao menos eu soubesse aonde "aqui" é...

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