16 de out. de 2012

Nó sem fio

Acordei com a morte ao meu lado. Disse a ela, porém, que não era a hora certa. Ela estava pronta para mim, mas eu não estava pronta para recebê-la. Se fosse a hora, eu já não teria mais nada pra realizar, sentir, aprender. Não precisaria de ar para sobreviver, não precisaria de água. E o que somos, senão células que nem ao menos encontram-se unidas, que nem ao menos são concretas? E existe alguém que possa provar que coisas concretas realmente existem? E existe alguém que possa explicar o que é real? E será que tudo possui mesmo uma explicação? Alguém pode me dizer o que é "tudo"?! Será que pra toda pergunta existe uma resposta que satisfaça a todos? Será que é possível encontrar a satisfação permanente? Será que um dia nos sentiremos completos? E alguém pode me dizer se existe algo que seja permanente?
As coisas ao nosso redor mudam a cada fechar de olhos, e se um segundo passa, ao abrir os olhos novamente, tudo terá mudado. Não existe tal coisa que dure toda a eternidade. E alguém pode me explicar o que "eternidade" significa? 
Nesse momento, ondas de confusão tornam-se ondas de dúvidas; e o estagnado torna-se possível de movimentar. Neste momento, o receio da decepção torna-se força para o caminho da independência. 
Sem o fio, o nó não existe.

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