24 de mar. de 2010

Invulnerabilidade

Qualquer ser que ousasse entrar lá, poderia considerar-se perdido. Era uma floresta, uma floresta de pinheiros tão altos e longos que seus galhos conseguiam tocar o céu, ou além dele. Era até sufocante a idéia de estar presa em uma floresta, cercada de pinheiros, mas o fato de eles serem tão belos e verdes era aconchegante. O céu estava prestes a desabar, como se fossem lágrimas carregadas de culpa, que insistiam em bloquear a vista do incrível desaparecido céu azulado.
Em alguns cantos daquele lugar, era possível encontrar mesinhas simples, feitas de uma madeira absolutamente maciça. Cada mesa possuia quatro bancos, e o conjunto dessas mesas e cadeiras coloridas lembravam vagamente um arco íris, ou quem sabe até um jardim rico em flores de cores diversas.
Estava escuro, parecia noite, e tudo o que se podia escutar era a solidão, se lamentando por entre as árvores e orvalhando-as com suas pesadas lágrimas. Não se podia degustar a luminosidade solar, pois a aglomeração de árvores em conjunto com as nuvens não permitiam que seus raios, sua alegria e seu brilho aparecessem.
Quase instantaneamente e nada surpreendente, gotículas encobertas com esperança começaram a serem derramadas, e atravessaram todo e qualquer possível lugar da floresta com sua essência fascinante e cativante, devolvendo a ela sua aparência fria, calma e quieta, desesperada e acolhedora. Era a chuva, que alagava sua terra macia com uma estranha energia e uma sensação de completa invulnerabilidade.

- If I had a world of my own, everything will be nonsense, nothing will be what it is, because everything will be what it isn't. In contrary was what it is it wouldn't be, and what it wouldn't be it would, you see?

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