26 de set. de 2010

Dilapidar

Estou parada, somente olhando para a janela. Observando o tal mundo no qual não consegui me adaptar. Um mundo aonde não consegui viver. Não há nada para fazer. Ninguém andando pelas ruas. Não há ninguém para acordar. Na verdade, ninguém se importa. Todos estão sorrindo, piscando, respirando para o nada. Sendo felizes como ninguém. Rindo... Não há nada engraçado. Há somente desatenção, falta de consideração, desapontamentos, perdas, abandonos, substituições. E eu estou aqui. Escrevendo para o nada. Escrevendo sobre o vazio. O nada que resta em mim. Penso que no fim, só as más recordações ficam. Não existem risos, alegrias, sorrisos, para me acompanharem durante essa longa jornada. Só me torturam desapontamentos, sofrimento, esperas, desesperanças, lágrimas, disperdiços de uma vida insignificante. Se algum dia souberem sobre o que falo, talvez não tenha sentido. Do que eu provalmente poderia estar reclamando? Existem tantas pessoas que têm menos do que eu e conseguem alcançar a felicidade. Pois, no fim, não há ninguém que me suporte. Já não espero por mais ninguém, pois sei que não virás. Não acredito em otimismo. "Quando maior a esperança, maior a queda."
Pouco a pouco, vou perdendo o resto de mim. Pequenos pigmentos de cores que já brilharam em mim, partículas de mim, insignificantes. Células de alguém que não soube como suportar. Moléculas de um ser que não soube levantar, após sua última e penosa queda. Não existem consolos. Existe o vazio, que me tira a vida das últimas ilusões criadas. Pouco a pouco, irei desaparecer. Nada mais importa. Nada mais existe. Já não mais vivo.

- Are you afraid of being alone? Cause I am, I'm lost without you. Are you afraid of leaving tonight? Cause I am, I'm lost without you.

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