24 de set. de 2010

Dispensável e Impermanente

Estou só no meio da multidão. Há um tempo, não tenho sido eu mesma. Talvez esteja perdendo o otimismo, talvez tenha perdido a esperança, e me afogado brutalmente em mares de fantasias e ilusões. Sinto que não mais vivo a minha vida. Não tenho a ninguém, assim como ninguém tem a mim. As pessoas vêm me abandonando, me deixando de lado, pouco a pouco, ou até mesmo rapidamente. Meus olhos ardem. Minha ferida está exposta. Não há nada o que eu possa fazer. Cedo ou tarde, ela não estará somente exposta. Nela, estarão ficados milhares de espinhos. Não há nada o que eu possa fazer. A Lua brilha por mim, mas não a ninguém a quem eu possa brilhar. Meus olhos ardem. Talvez seja das incansáveis noites em que falhamente tentei adormecer. Talvez sejam as lágrimas precisando desaguar de meu pesados e cansados olhos. Olhos que já não enxergam o mundo podre como exergaram uma vez. Um mundo que um dia não era visto assim. Não é fácil perdoar. Não é fácil acreditar em alguém, ou algo. Pessoas tornam-se cada vez menos confiáveis. Pessoas tornam-se cada vez mais inconstantes, impermanentes.
No decorrer de minha vida, conheci muitas pessoas. Pessoas que, uma a uma, foram me substituindo. Pessoas que foram me trocando. É como se eu fosse apenas inútil. Tão fácil de ser trocada. Talvez seja fácil mesmo, encontrar alguém, de alguma forma, "melhor do que eu". Talvez eu seja fácil demais. Talvez eu seja demasiadamente substituível... Sempre sendo trocada, abandonada.


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